Santos avalia como limpar o antigo lixão da Alemoa
Prefeitura abriu concorrência para se realizarem estudos de descontaminação da área
Dezesseis anos após ser desativado, o entorno do lixão no Distrito Industrial da Alemoa, em Santos, poderá, enfim, ser descontaminado. É o que prevê edital aberto pela prefeitura para realização de levantamento que identifique os contaminantes no solo do lugar.
O estudo também avaliará os riscos da presença desses materiais, técnicas de limpeza e gerenciamento das áreas infectadas durante três décadas – entre 1972 e 2003 – de descarte de resíduos sem tratamento.
A despoluição é aguardada desde 1999, quando Poder Público, Cetesb e Ministério Público do Estado (MPE) firmaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para esse fim. Porém, sem sucesso.
Segundo a Secretaria de Gestão, os trabalhos começarão em até 90 dias. É o prazo previsto para o término da licitação, aberta no fim de abril. O estudo que indicará a melhor técnica de descontaminação do solo tem conclusão prevista em até seis meses. Não se informou o custo estimado.
A pasta esclarece que o monitoramento da área é uma rotina exigida pela Companhia Ambiental do Estado (Cetesb) em lotes com passivo ambiental. O último levantamento técnico no local, que era um dos mais antigos lixões paulistas, ocorreu em 2012.
A companhia explica que a investigação detalhada da área faz parte do Plano de Investigação e Remediação de locais que receberam contaminantes.
Dados preliminares da Cetesb indicam que, no local, há metano – gás incolor gerado por acúmulo e decomposição de lixo.
Segundo a Cetesb, o estudo deve detalhar os tipos de contaminantes no solo e indicar como removê-los.
Histórico
Durante 31 anos, a área na Alemoa – um manguezal com mais de 400 mil m² – acumulou resíduos e detritos contaminados. Uma parte foi recuperada para abrigar um terminal portuário de contêineres e granéis líquidos. Usou-se a mesma tecnologia de despoluição de terrenos que deram lugar a complexos esportivos para a Olimpíada de Londres, em 2012.
Apesar de o antigo lixão ter sido desativado em 2003, o local ainda serve de estação de transbordo. Ali, se abastecem caminhões que levam lixo ao Aterro Sanitário do Sítio das Neves, na Área Continental.
Nas proximidades do lixão, fica a Vila dos Criadores, formada por sucessivas invasões desde a década de 1990 e ainda sem um plano de congelamento ou de urbanização. Estima-se que 5 mil pessoas morem ali.
Em nota, a prefeitura diz apostar na recuperação ambiental para dar uma destinação ao lote. No entanto, ainda não definiu como aproveitará o espaço.