Santista rompe preconceitos ao aprender crochê e transforma desafio em nova fonte de renda
Almir Nostre conta como surgiu a ideia e detalha como tem sido a nova jornada
Motivado pela ideia de encarar novos desafios durante a pandemia, um santista saiu da zona de conforto e rompeu as próprias “crenças masculinas” ao aprender a fazer crochê. Almir Nostre, aposentado, de 57 anos, contou que a nova atividade, apesar de inusitada, fez ele aguçar a criatividade e sensibilidade.
Foi em um dia pandêmico, sem nada para fazer em casa, em maio do ano passado, depois de pedir a aposentadoria do cargo de analista de sustentabilidade que Almir, conhecido nas redes sociais como o cara do crochê, pediu para a esposa, Nívia Amaral, diagramadora, de 57 anos, ensiná-lo os primeiros pontos com agulha. “Ela não falou se era fácil ou difícil. E aquilo bateu como desafio”, lembrou.
Depois de duas semanas desde as primeiras tentativas com as linhas, o aposentado finalizou o seu primeiro artesanato, um tapete com dois metros de diâmetro. Mas, o que foi motivo de comemoração interna, rapidamente se transformou em preconceito. “Eu achei que era coisa de mulher, bateu a crença masculina. Fiquei pensando como eu publicaria no Instagram uma foto de um tapete em crochê feito por mim, porque quem faz esse tipo de coisa são as mulheres e pessoas mais velhas”, contou.
E o que no começou foi uma batalha interior, hoje é motivo de orgulho para Almir. Atualmente, o desafio virou fonte de renda, ele produz e vende cerca de 30 bolsas de crochê por mês. “Muita gente comentou quando postei a foto do tapete, até os ‘machões’ e meus ‘amigos ogros’, só recebi elogios".
“Acho que o crochê ajudou a abrir a minha cabeça e conseguir usar o lado feminino que todo mundo tem e não usa”, acrescentou.
Mas não só isso, a nova atividade despertou a sensibilidade, criatividade, noções de logística e ressignificou a aposentadoria de Almir. “Tem gente que se aposenta e acha que vai ficar jogando dominó, andando na praia, vendo a vida passar. Mas, para mim, não. O crochê foi uma jornada nova. Eu percebi que eu ainda tenho gás para inovar e aprender muita coisa nova (...). O cara do crochê representa a transformação do Almir aposentado. Ele me deu uma vida nova, um sopro novo”.