Santa Casa de Santos diz que pode ampliar oferta de vagas
De acordo com o diretor administrativo e financeiro do hospital, Augusto Capodicasa, unidade poderia dobrar capacidade
A Santa Casa de Santos, referência em alta complexidade na região, afirma que pode ajudar o Governo do Estado a ampliar o número de vagas e reduzir o deficit de 800 leitos hospitalares na região.
De acordo com o diretor administrativo e financeiro do hospital, Augusto Capodicasa, hoje, a entidade tem 60 leitos destinados a urgências e emergências, que atenderam no primeiro semestre deste ano 968 casos, mas que a unidade poderia dobrar a capacidade.
“Eu tenho equipe de médicos, de enfermagem e auxiliares. Não falta nada disso à Santa Casa. Falta dinheiro. Quem é que vai pagar a conta? Se você aparecer aqui e disser que o estado quer acabar com a fila de cirurgias da região, a Santa Casa está apta a fazer isso”.
Ele afirma que, hoje, o hospital atua dentro do que é contratado com o Poder Público e que seria possível reforçar o serviço em uma semana, só com readequação de equipe. Há 301 leitos no hospital, além do atendimento de pronto-socorro.
A Santa Casa contesta os dados divulgados pelo Departamento Regional de Saúde da Baixada Santista (DRS-4) em audiência pública sobre a Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross), mês passado, na Câmara de Santos.
Na ocasião, a Diretoria Regional de Saúde apresentou dados apontando que o Hospital Irmã Dulce, de Praia Grande, é responsável por 25% dos atendimentos do Cross, onde o estado tem 76 leitos contratados para urgência e emergência. Já a Santa Casa de Santos, com 395 leitos, atenderia pouco mais de 4,4%.
A diretoria regional, que não informa os dados gerais de atendimento da Cross, rebate a crítica. “Isso é dúvida de interpretação do slide [da apresentação na audiência pública]. A Santa Casa, que tem contrato SUS gerenciado pela Prefeitura de Santos, não é a principal executora”.
Segundo a Secretaria de Saúde de Santos, no ano passado, a Santa Casa teve 10.755 internações na rede pública. Destas internações, 46% vêm de outros municípios da região. Já o Irmã Dulce teria 8.267 internações em 2018.
A União dos Vereadores da Baixada Santista (Uvebs) prepara um raio-X com as principais reivindicações na área da saúde para ser entregue ao secretário estadual, José Henrique Germann Ferreira, que deve visitar a região ainda esta semana.
No documento, constarão levantamentos e dados estatísticos colhidos junto às secretarias municipais de cada uma das nove cidades da Baixada Santista.