Samu chega 35 minutos depois de mulher morrer em terminal rodoviário de Santos: 'Descaso'

Mulher de 59 anos teve problemas de pressão, chegou a ser socorrida por passageiros e funcionários, mas acabou não resistindo

Por: Marcela Ferreira  -  27/01/20  -  13:51
Viatura chegou 35 minutos após ser acionada
Viatura chegou 35 minutos após ser acionada   Foto: Arquivo pessoal/Marcos Balbino

Uma mulher de 59 anos faleceu no Terminal Rodoviário do Valongo, em Santos, na manhã deste domingo (26). Ela foi socorrida por passageiros que estavam no local e por funcionários do terminal, que se mobilizaram para acionar uma viatura do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O serviço de emergência, no entanto, demorou cerca de 35 minutos para chegar, segundo as testemunhas, e a senhora acabou morrendo.


O caso ocorreu por volta das 6h50 da manhã, e segundo o controlador que trabalha no terminal, Marcos Balbino, a viatura chegou por volta das 7h20, quando a mulher já estava morta. “Junto com a população que estava no local, liguei para a emergência. Parecia que a pressão dela tinha aumentado ou abaixado muito, e nisso veio um princípio de infarto, ela desmaiou. Quando chegaram, ela já estava morta”, relata o funcionário.


Foram feitas duas ligações para o 192 antes da viatura chegar
Foram feitas duas ligações para o 192 antes da viatura chegar   Foto: Arquivo pessoal/Marcos Balbino

Segundo a testemunha, a equipe do Samu tentou reanimar a vítima, sem sucesso. “Não é a primeira vez que morre uma pessoa lá por falta de emergência. É um local público, com grande fluxo de pessoas, e não existe nenhum profissional com capacidade para prestar os primeiros atendimentos. Precisava ter uma viatura lá dentro para esses casos”, cobra. “Foi um descaso, um absurdo. A vida deve vir em primeiro lugar”, finaliza.


Confira a íntegra da nota da Prefeitura de Santos sobre o caso:


A Secretaria de Saúde de Santos informa que o SAMU de Santos recebeu o chamado pela central 192 às 6h45 de domingo (26) relativo a uma mulher de 59 anos com mal estar inespecífico. O solicitante não soube dar detalhes do caso e o médico regulador não conseguiu obter informações, apesar de todas as técnicas empregadas, que caracterizassem o caso como emergência, definindo a ocorrência como sem risco iminente de óbito.


Em casos que são classificados pela regulação como infartos, AVC e outros que representam risco iminente de morte, o tempo resposta médio de atendimento em Santos é de até 10 minutos, seguindo o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).


Às 7h05, houve novo chamado informando que a vítima não respirava, com a evolução do quadro foi deslocada uma ambulância de suporte avançado (UTI), que chegou ao local em 10 minutos, quando a mulher estava em parada cardíaca. Todos os procedimentos de reanimação foram realizados pelos profissionais do SAMU, mas infelizmente a vítima foi a óbito a caminho da UPA Central.


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