Projetos e participação na Câmara: a missão das três vereadoras eleitas em Santos

Telma de Souza (PT), Audrey Kleys (PP) e Débora Camilo (PSOL) têm um desafio em comum para os próximos quatro anos: representar as mais de 200 mil mulheres moradoras de Santos na Câmara dos Vereadores. Elas foram as únicas mulheres eleitas para 21 cadeiras do Legislativo, o que representa 14% das vagas. Mas ficaram entre os quatro mais votados da cidade para o cargo.

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Juntas, elas somaram 18.908 votos, sendo que Telma e Audrey lideraram a votação para o cargo de vereador em toda a cidade de Santos. Débora Camilo, eleita pela primeira vez, foi a quarta colocada. O trio considera fundamental que a participação feminina aumente na política e espera que mais candidatas sejam eleitas nas próximas eleições.

“A ampliação do número de mulheres na Câmara deve ser celebrada, mas três em um total de 21 cadeiras ainda está muito longe de representar a realidade de Santos, com quase 54% da população formada por mulheres”, afirma Débora Camilo, eleita com 4.664 votos. “Trazer a população para o centro das decisões e aproximar as pessoas do cotidiano da ação política também é uma forma de que mais mulheres sejam inseridas”, destaca a vereadora, que pretende da atenção às pautas de moradia, emprego e saúde.

Audrey Kleys foi reeleita para o segundo mandato com 5.863 votos. Para os próximos quatro anos, ela promete manter o foco nas áreas de educação e saúde, em especial a saúde da mulher. Entre os projetos está a criação da Unidade Móvel de Leite Humano, para facilitar a coleta por parte dos bancos de leite e fazer com que os bebês o recebam com maior agilidade, além de ações para combate à prematuridade e à mortalidade infantil.

“A representatividade feminina no Poder Legislativo é fundamental”, afirma Audrey. “Com isso, a gente pode atender a sociedade de forma mais igualitária. Espero que, na próxima eleição, possamos conferir um quadro mais positivo para nossa sociedade. Que possamos eleger mais mulheres a partir dos bons exemplos”.

Ex-prefeita de Santos, Telma de Souza foi reeleita com 8.381 votos para o quarto mandato como vereadora, a mais votada da cidade. Ela faz um alerta para as áreas mais vulneráveis, como a Zona Noroeste e os morros, e planeja trazer investimentos em assistência social, saúde e educação.

“Até hoje, sou a única mulher já eleita chefe do Poder Executivo em Santos. É importante que mais mulheres sejam eleitas para os espaços de poder institucional, mas esse crescimento da presença feminina ainda é muito tímido”, afirma Telma. “Seremos três mulheres no parlamento santista, com quase 20 mil votos entre as três, mas essa participação precisa avançar. O número de vereadoras eleitas na Região subiu de sete para 12, quase dobrou, mas ainda representam apenas 8,8% de 134 vereadores”, destaca.

Participação na Câmara

Audrey afirma que, com o aumento de mulheres na Câmara de Santos, é importante que ao menos uma tenha chance na mesa diretora. Ela pede que a discussão seja democrática e passe por todos os vereadores. 

“Entendo que as mulheres precisam fazer parte da mesa, uma vez que elegemos três mulheres. Tem que ser um processo democrático, onde a discussão precisa existir para uma composição melhor para a população. Que a gente possa escolher quais mulheres farão parte. Isso passa por congressos e reuniões que estão acontecendo neste momento. Há a necessidade de se ter uma mulher na mesa diretora. Agora quem será, pra mim, não importa muito”, afirma. 
 
Para Telma, presidir a Câmara dos Vereadores seria algo simbólico, uma vez que ela também já foi chefe do Poder Executivo de Santos. 

“Como tive a honra de presidir o Poder Executivo, na condição de única prefeita de Santos, seria também simbólico, enquanto vereadora mais votada, presidir o Poder Legislativo. Em toda história de Santos, somente uma mulher presidiu a Câmara, a ex-vereadora e ex-deputada Maria Lúcia Prandi”, relembra Telma, que reconhece a dificuldade. “Sabemos que a bancada de oposição da próxima legislatura tem somente três vereadores e a bancada governista possui 18. É natural que a bancada de situação se articule para pleitear a Presidência da Câmara”.