Projeto quer reestruturar a Prodesan e deixá-la 'sadia'

Deficitária, empresa de economia mista tem Prefeitura de Santos como principal acionista

Por: Sandro Thadeu & Da Redação &  -  03/07/19  -  21:51
Trata-se do prejuízo registrado em 2018, que foi 273% superior ao do ano anterior
Trata-se do prejuízo registrado em 2018, que foi 273% superior ao do ano anterior   Foto: Divulgação/Prodesan

O diretor-presidente da Prodesan, Antonio Carlos Silva Gonçalves, entregará até o fim de agosto a proposta para a reestruturação da empresa de economia mista à Prefeitura de Santos, a maior acionista da companhia, a fim de deixá-la mais saudável do ponto de vista financeiro.


Oferecer mais serviços à administração municipal, readequar contratos já existentes entre as partes, racionalizar recursos e até mesmo enxugar o número total de funcionários estão entre as medidas estudadas.


Segundo ele, está sendo verificado se é adequada a quantidade de trabalhadores para determinadas demandas e se é possível remanejá-los para outras ações, sem deixar de lado a qualidade da atividade prestada.


De acordo com Gonçalves, a Prodesan não pode, de uma hora para outra, fazer dispensas no quadro de pessoal para diminuir as despesas, pois os empregados têm estabilidade por atuarem numa empresa de economia mista e terem sido aprovados em concurso.


As demissões até podem ocorrer, mas elas precisam ter alguma motivação. Esse entendimento é alvo de questionamento da companhia no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região.


“A Prodesan tem cerca de mil funcionários. A maioria dos serviços oferecidos é braçal, como limpeza das unidades de saúde e das galerias de águas pluviais, fiscalização de lixo e do lixo reciclável”, explicou.


A ideia do diretor-presidente é que a empresa firme mais contratos para a elaboração de projetos de engenharia e de Tecnologia da Informação (TI), o que exige menos empregados e proporciona a ela uma rentabilidade maior.


Gonçalves explicou que essas atividades ainda não são oferecidas a outros municípios por dois motivos: a dificuldade financeira das prefeituras e a existência de uma estrutura própria para esse tipo de demanda.


“Estamos começando a nos estruturar melhor na área de TI para oferecer esse tipo de serviço não apenas a prefeituras, mas também para grandes empresas ligadas ao Porto, por exemplo”, justificou.


Venda de terrenos  


Gonçalves citou que não há previsão de quando os terrenos da empresa do Jabaquara e da Alemoa (onde está instalada a usina de asfalto) serão colocados à venda. A prefeitura tentou comercializá-los anteriormente, mas não surgiram interessados.


Negociação


A Prodesan tem R$ 90,7 milhões de dívidas junto à Prefeitura de Santos. Porém, ela teria a receber da administração R$ 60,4 milhões – débito gerado entre 1994 e 2006.


“Estamos procurando resolver com a Secretaria de Finanças e, depois, com a Procuradoria-Geral do Município como poderemos fazer esse encontro de contas. A partir daí, a gente começa a remunerá-la”, disse o diretor-presidente da empresa, Antonio Carlos Silva Gonçalves.


Segundo ele, a situação da companhia junto ao INSS será regularizada este mês. Com isso, ela não terá mais problemas com débitos de curto e médio prazos.


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