Projeto Parque Palafitas deverá sair do papel no próximo ano em Santos
A projeção é do prefeito Rogério Santos. Proposta tem o apoio da Unesco
Atualizado em 28/07/22 - 15:03
O prefeito de Santos, Rogério Santos (PSDB), acredita que a obra das primeiras 50 moradias do novo programa de urbanização do Dique da Vila Gilda, batizado de Parque Palafitas, deverá começar a sair do papel até o final de junho do próximo ano.
Essa iniciativa busca reorganizar as unidades habitacionais construídas irregularmente sobre o mangue naquela região da Zona Noroeste, onde está concentrada a maior favela de palafitas da América Latina.
O chefe do Executivo apresentou essa proposta na última semana, na 14ª Conferência Anual da Rede de Cidades Criativas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), no centro de convenções instalado na Ponta da Praia.
“Já temos assegurados o investimento de R$ 10 milhões oriundo do Governo do Estado, que é um volume baixo de recursos para projetos de habitação. Esse é um modelo de estudo. Por esse motivo, vamos fazer, inicialmente, apenas 50 unidades”, destacou.
A proposta prevê a construção de residências na área seca, perto da via, e de casas com estrutura pré-fabricada sobre a água. Esse novo conjunto deverá ficar num espaço livre onde se encontrava a comunidade do Butantã, no Rádio Clube. “Já conseguimos avançar com a questão do licenciamento ambiental da obra e, através da iniciativa privada, estabelecer parceria para a realização dos projetos básico e executivo do empreendimento”.
Os estudos do Parque Palafitas são custeados pela Bandeirantes Deicmar. Eles devem ficar prontos em janeiro ou fevereiro, conforme o prefeito.
Apoio da Unesco
“O nosso grande desafio em termos de projeto é o Parque Palafitas, que foi apresentado a integrantes de todos os continentes durante a Conferência Anual da Rede de Cidades Criativas e que tem o apoio da Unesco. Isso nos credencia a receber recursos para concretizar essa ideia pioneira no Brasil e que poderá ser replicada para outros lugares do mundo”, afirmou.
Segundo Santos, a proposta, idealizada pelo escritório do falecido urbanista Jaime Lerner, visa a consolidar um novo olhar para a comunidade daquela região, que terá acesso a moradias com infraestrutura, segurança e saneamento adequados.
Durante o evento, o diretor-geral adjunto de Cultura da Unesco, o chileno Ernesto Ottono, reforçou a necessidade de o Poder Público investir em obras de infraestrutura.
Para o representante da instituição, Santos é um exemplo por “mostrar uma cara humana, com a preocupação pelas pessoas, pelas habitações que se tornaram baluartes do governo”.
