Prefeitura de Santos volta a negar o risco de surto de sarampo
Ainda há sete casos suspeitos na cidade sendo investigados
No dia em que ampliou a vacinação contra o sarampo por conta da confirmação do primeiro caso autóctone (transmissão local) em Santos, a prefeitura voltou a negar risco de surto entre os moradores, mas admitiu preocupação com a disseminação da doença.
Antes voltada a jovens de 15 a 29 anos, a campanha de imunização iniciada no dia 14 passou a contemplar, na terça-feira (26), pessoas de todas as faixas etárias após o anúncio de que uma menina de 4 anos, do Macuco, teve a doença.
Trata-se do primeiro caso de transmissão local, sem relação direta com o cruzeiro MSC Seaview, por onde o vírus do sarampo chegou.
“Toda vez que há um caso novo, temos de ficar alertas”, diz a chefe do Departamento de Vigilância em Saúde de Santos, Ana Paula Valeiras. “Um caso só não nos deixa alarmados, mas, sim, antenados para outros que possam aparecer”.
Por isso, conforme a especialista, os profissionais das unidades de saúde estão sendo orientados a redobrar a atenção com os sintomas de sarampo. Entre os sinais da doença, estão manchas vermelhas pelo corpo, febre alta e dor de cabeça.
Prevenção
Ana Paula nega que haja perigo à população santista, argumentando que todas as ações de bloqueio do vírus estão sendo realizadas à medida em que há confirmações de infecção.
Além do caso da garota do Macuco, a gestão Paulo Alexandre Barbosa já havia confirmado sarampo em um jovem do Gonzaga que viajou no MSC Seaview e em uma servidora da Pompeia que participou da investigação epidemiológica no navio.
Questionada por que a doença tem se disseminado, mesmo com as ações de bloqueio, Ana Paula sustenta que “a coisa seria muito mais preocupante” se os mutirões de vacinação não tivessem sido realizados.
Sobre a campanha estendida a todas as idades, a chefe do Departamento de Vigilância em Saúde de Santos diz que o objetivo é atender o máximo de pessoas, convocando-as para tomar a picadinha em uma das 29 policlínicas participantes do mutirão, das 9h às 16h.
A vacina não é recomendada para crianças menores de 6 meses, gestantes e idosos com 60 anos ou mais. Pessoas com imuno depressão (pacientes com câncer, HIV e outras doenças) precisam de autorização do médico que a acompanham.
“A vacina põe no corpo o vírus atenuado e o organismo começa a trabalhar contra. Com isso, você cria anticorpos e fica imune”, explica Ana Paula, ponderando que a dose tem eficácia de 95%. Há possibilidade de pessoas imunizadas desenvolverem a enfermidade, como nos três casos registrados em Santos, mas os sintomas serão mais brandos.
Cuidado
De acordo com especialistas, a vacina contra o sarampo não é recomendada para crianças menores de 6 meses, gestantes e idosos com 60 anos ou mais. Já pessoas com imunodepressão (pacientes com câncer, HIV e outras doenças) precisam de autorização dos médicos que as acompanham.