Prefeitura de Santos volta a negar o risco de surto de sarampo

Ainda há sete casos suspeitos na cidade sendo investigados

Por: Gabriel Oliviera & Da Redação &  -  27/03/19  -  19:20
Ministério da Saúde decide vacinar cerca de 10 mil passageiros de navio atracado no Porto de Santos
Ministério da Saúde decide vacinar cerca de 10 mil passageiros de navio atracado no Porto de Santos   Foto: Nirley Sena/AT

No dia em que ampliou a vacinação contra o sarampo por conta da confirmação do primeiro caso autóctone (transmissão local) em Santos, a prefeitura voltou a negar risco de surto entre os moradores, mas admitiu preocupação com a disseminação da doença.


Antes voltada a jovens de 15 a 29 anos, a campanha de imunização iniciada no dia 14 passou a contemplar, na terça-feira (26), pessoas de todas as faixas etárias após o anúncio de que uma menina de 4 anos, do Macuco, teve a doença.


Trata-se do primeiro caso de transmissão local, sem relação direta com o cruzeiro MSC Seaview, por onde o vírus do sarampo chegou.


“Toda vez que há um caso novo, temos de ficar alertas”, diz a chefe do Departamento de Vigilância em Saúde de Santos, Ana Paula Valeiras. “Um caso só não nos deixa alarmados, mas, sim, antenados para outros que possam aparecer”.


Por isso, conforme a especialista, os profissionais das unidades de saúde estão sendo orientados a redobrar a atenção com os sintomas de sarampo. Entre os sinais da doença, estão manchas vermelhas pelo corpo, febre alta e dor de cabeça.


Prevenção


Ana Paula nega que haja perigo à população santista, argumentando que todas as ações de bloqueio do vírus estão sendo realizadas à medida em que há confirmações de infecção.


Além do caso da garota do Macuco, a gestão Paulo Alexandre Barbosa já havia confirmado sarampo em um jovem do Gonzaga que viajou no MSC Seaview e em uma servidora da Pompeia que participou da investigação epidemiológica no navio.


Questionada por que a doença tem se disseminado, mesmo com as ações de bloqueio, Ana Paula sustenta que “a coisa seria muito mais preocupante” se os mutirões de vacinação não tivessem sido realizados.


Sobre a campanha estendida a todas as idades, a chefe do Departamento de Vigilância em Saúde de Santos diz que o objetivo é atender o máximo de pessoas, convocando-as para tomar a picadinha em uma das 29 policlínicas participantes do mutirão, das 9h às 16h.


A vacina não é recomendada para crianças menores de 6 meses, gestantes e idosos com 60 anos ou mais. Pessoas com imuno depressão (pacientes com câncer, HIV e outras doenças) precisam de autorização do médico que a acompanham.


“A vacina põe no corpo o vírus atenuado e o organismo começa a trabalhar contra. Com isso, você cria anticorpos e fica imune”, explica Ana Paula, ponderando que a dose tem eficácia de 95%. Há possibilidade de pessoas imunizadas desenvolverem a enfermidade, como nos três casos registrados em Santos, mas os sintomas serão mais brandos.


Cuidado


De acordo com especialistas, a vacina contra o sarampo não é recomendada para crianças menores de 6 meses, gestantes e idosos com 60 anos ou mais. Já pessoas com imunodepressão (pacientes com câncer, HIV e outras doenças) precisam de autorização dos médicos que as acompanham.


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