Obras de drenagem avançam em Santos e prometem resolver problema de enchentes
Entrada da cidade e Zona Noroeste têm recebido intervenções. Prefeitura, Ecovias e União atuam em conjunto
Desde 2013, a partir do programa Santos Novos Tempos, a entrada de Santos e diversos bairros da Zona Noroeste têm recebido obras de drenagem para resolver o problema das enchentes. Em sua fase mais recente, a execução dos trabalhos tem sido dividida entre Prefeitura, Estado (pela Ecovias) e Governo Federal, conforme a área de responsabilidade de cada órgão. Mas como andam essas obras?
Os bairros Chico de Paula, Saboó e Vila Haddad são exemplos de locais que já receberam intervenções. Atualmente, a Prefeitura realiza a instalação de uma estação elevatória na Avenida Haroldo de Camargo, no Castelo, na divisa com São Vicente.
A estação elevatória é composta por reservatório, canal, comporta e sistema de bombas, que recebem as águas escoadas decorrentes de chuvas ou maré alta. O secretário-adjunto de Infraestrutura e Edificações de Santos, Luis Felipe Tonelli Távora, explica que o volume de água é direcionado às estações por meio de aduelas ou tubos de concreto.
“Toda a drenagem é interligada nas aduelas, que fazem a ligação até o canal da estação elevatória. Se a maré está baixa, a comporta abre e a água escoa normalmente até o rio. Se a maré está alta e se chove, a comporta fecha. Essa água é direcionada a um reservatório. Quando chega em um certo nível, aciona os sensores, liga a bomba e essa bomba vai jogar a água do reservatório para o rio”, explica.
Tonelli ressalta que já foram feitos aterros para receber obras de estações nos bairros Rádio Clube, Castelo e Saboó, além de galerias pluviais nas avenidas Martins Fontes e Nossa Senhora de Fátima. O secretário afirma que as próximas obras serão na Alemoa, além da construção da estação no Rádio Clube. Elas fazem parte do programa Santos Novos Tempos.
Outro projeto desenvolvido em paralelo é a Nova Entrada de Santos, que visa melhorar o acesso à Cidade e também reduzir os alagamentos. O gestor do programa, o secretário de Serviços Públicos, Wagner Ramos, destaca os trabalhos realizados na Avenida Martins Fontes, no Saboó, onde foram implementadas galerias de quatro metros de largura por dois metros de altura.
“Todas as obras vão dentro do que foi planejado para ter uma proteção daquelas áreas mais próximas do nível máximo de maré e que, quando tem chuva, inundam. Precisamos ter a proteção dessas áreas, com fechamento das comportas. Quando tem ressaca, com frente fria, a região fica inundada por conta do nível do mar. Na Zona Noroeste, os reflexos são bem fortes”, comenta Ramos.
Trabalhos na Anchieta
O km 63 da Via Anchieta, na entrada de Santos, é outro ponto de obras, essas conduzidas pela Ecovias, concessionária responsável pelo Sistema Anchieta-Imigrantes.
A segunda fase do Binário de Santos teve início em dezembro do ano passado, com previsão de encerramento em dezembro de 2023. De acordo com a Ecovias, será construído um viaduto que vai interligar a Zona Noroeste de Santos com a Avenida Bandeirantes e a Anchieta, no sentido São Paulo.
Outras obras previstas são o alargamento da ponte sobre o Rio Casqueiro, a instalação de duas passarelas e uma estação elevatória de bombeamento, que vai beneficiar o sistema de drenagem. Segundo a concessionária, essa última obra está prevista para começar em dezembro deste ano e deve ser entregue em dezembro de 2024. O investimento total é de R$ 346,2 milhões.
A Ecovias afirma, em nota, que já possui as licenças necessárias para executar as obras, restando apenas o licenciamento ambiental para a estação de bombeamento, que está em curso.
A concessionária também diz que, atualmente, está em execução a construção do Viaduto Ramo A, no km 63 da Anchieta, onde 87% das estacas metálicas já foram executadas e 50% das vigas já estão concretadas. Entre os dias 31 de maio e 3 de junho devem ser lançadas as vigas de sustentação.
Benefícios
A primeira fase do Binário de Santos foi concluída em setembro de 2020. As obras incluíram a construção de três viadutos, nos km 62, 64+560 e 65 da Anchieta. Também foi feita a implantação de vias para facilitar o acesso aos bairros Jardim Piratininga, Jardim São Manoel e São Jorge, de uma ciclovia do km 60 ao km 65 da rodovia e a implantação de duas passarelas no km 62+500 e no km 64+350.
O custo das obras foi de R$ 270 milhões, conforme informado pela Ecovias. Os trabalhos tiveram como objetivo ajudar a organizar o fluxo de veículos na chegada a Santos e ao Porto.
