Nova diretoria da Prodesan quer refazer finanças

Novo diretor-presidente diz que 90% dos débitos foram renegociados e empresa deverá ter solução para passivo até o final do ano

Por: Eduardo Brandão & Da Redação &  -  18/03/19  -  14:05
Trata-se do prejuízo registrado em 2018, que foi 273% superior ao do ano anterior
Trata-se do prejuízo registrado em 2018, que foi 273% superior ao do ano anterior   Foto: Divulgação/Prodesan

Ainda distante do desejável equilíbrio financeiro, a Progresso e Desenvolvimento de Santos (Prodesan) está sob nova direção, com objetivo de pôr a empresa nos trilhos. Ao menos R$ 9 de cada R$ 10 devidos pela empresa de economia mista – que tem a Prefeitura como acionista majoritária – já foram renegociados com os credores e, agora, têm mais prazo para serem quitados. A medida promete injetar fôlego à companhia, que projeta para até o final do ano encaminhar uma solução para equalizar seu passivo.


O prazo dado para a reorganização nas contas foi apresentado pelo diretor presidente, Antônio Carlos Silva Gonçalves. Há pouco mais de dois meses no cargo, ele afirma buscar meios de otimizar a mão de obra e racionalizar os custos da empresa.


“A Prodesan tem que dar resultados à população, ou seja, devolver em serviços à sociedade o que recebe da Prefeitura (por meio de contratos firmados com o Poder Público). É esse ponto de equilíbrio que a gente vem buscando”, diz.


Em dezembro passado, a empresa santista acumulava dívidas de curto e médio prazos no total de R$ 322 milhões. Gonçalves menciona que, desse total, R$ 288 milhões – ou 90% do devido – foram renegociados com credores nos últimos meses. “Isso não significa que o montante foi quitado, mas agora é um débito com novo cronograma de pagamento, e nós estamos conseguindo manter em dia.”


Conforme assegura, R$ 26,5 milhões em débitos continuam abertos – valor que se soma a outros R$ 2 milhões devidos a terceiros neste ano. “Precisamos estancar a sangria. A Prodesan ainda é uma empresa deficitária, mas que está se organizando para resolver (as dívidas). Acredito que o equilíbrio financeiro pode ser alcançado.”


Com prazo médio de dez anos para pagamentos, as dívidas renegociadas são amortizadas com os valores dos 15 contratos ativos com a Prefeitura – os de limpeza, informática, projetos, locações de espaço e asfalto são os principais acordos com o Poder Público.


Gonçalves pretende ampliar o número de serviços prestados para arcar com as dívidas. O objetivo é chegar ao final do ano com planos de como executar o pagamento. “Não falo que, com isso, chegaremos lá (final do ano) com as contas equilibradas, mas deve-se traçar um plano de como agir. Senão, vamos pagar juros sobre juros para tentar nos equilibrar o tempo inteiro.”


Leilões suspensos


O dirigente descarta, por ora, retomar o plano de leiloar terrenos da empresa para quitar dívidas. No final de 2017, a Administração tentou, sem sucesso, se desfazer de ativos para dar fôlego financeiro à companhia, cuja dívida, na época, era de R$ 200 milhões.


Em três ocasiões, a Prefeitura tentou leiloar dois lotes: um, de 11,7 mil metros quadrados no Jabaquara, e outro, de 30 mil m2, na Alemoa (onde funciona a usina de asfalto). A previsão era arrecadar R$ 140 milhões, mas os terrenos não receberam lances.


“Não significa que não vai ser feita (nova tentativa de venda), mas, antes, precisa ver realmente o formato e o que isso representa à empresa e para a sociedade”, diz.


Empresa deve ser fonte de “inteligência”


O diretor-presidente avalia que a empresa deve se tornar referência de “inteligência” do Poder Público “para auxiliar nas dinâmicas das secretarias, sem interferir no dia a dia na gestão” das pastas.


“A Prodesan deve mudar a concepção de ser de planejamento para prestar serviços com mais eficiência à Cidade”, diz. Uma alternativa apontada por ele é otimizar a mão de obra e variar os serviços prestados.


A empresa tem 1.091 funcionários: 904 do quadro permanente, 65 afastados por problemas de saúde de 52 assessores indicados da diretoria. Em janeiro, foi aberto concurso público para 51 vagas em 28 cargos.


Outro desafio será reduzir o custo para produção deasfalto, na usina instalada na Alemoa. Antônio Carlos Gonçalves diz que aunidade “tem que ser eficiente para ter preço de mercado”. Hoje, produz massa asfáltica apenas para tapa-buraco em Santos.


“É preciso racionalizar (os custos de produção) para oferecer à Prefeitura os serviços nas condições que o mercado oferece. Nada justifica pagar mais a ela do que (a uma empresa) de fora”. Indagado sobre os motivos de as operações serem mais onerosas, ele afirmou estar se inteirando do assunto.


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