Motoboy de Santos revive dia de bombeiro ao salvar moradora: 'Não se julga um livro pela capa'

Alexandre é bombeiro civil, mas atualmente não exerce a profissão. Ele foi homenageado na última semana

Por: Natalia Cuqui  -  06/07/21  -  14:43
  Alexandre afirma que as pessoas não devem menosprezar umas às outras por conta da profissão.
Alexandre afirma que as pessoas não devem menosprezar umas às outras por conta da profissão.   Foto: Arquivo Pessoal/Alexandre Almeida

O Dia do Bombeiro foi celebrado na última sexta-feira (2) e um ex-profissional da categoria compartilhou nas redes sociais um caso de socorro que aconteceu com ele, já fora da profissão, na última semana em um prédio comercial na Vila Mathias, em Santos.


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Alexandre Almeida hoje atua somente como motoboy e não mais como bombeiro, mas mesmo assim segue com os princípios da profissão: "Estava voltando de uma entrega e me deparei com uma senhora, sozinha, que estava passando mal e vomitando. Logo parei para ajudar e perguntei se ela estava sozinha".


A mulher socorrida retribuiu a atitude de Alexandre e no mesmo dia deixou uma lembrança para ele na portaria do prédio onde ela aguardava seu marido em uma consulta, mesmo local onde Alexandre trabalha como motoboy. Como agradecimento pelo presente, ele fez uma postagem nas redes sociais e ressaltou que as pessoas não devem julgar um livro pela capa.


"As pessoas não podem e nem devem menosprezar as outras por causa da sua profissão. Muitos me veem como um simples motoboy, mas nem imaginam as profissões que eu já exerci", contou ele à reportagem de A Tribuna.


Alexandre se formou como bombeiro civil em 2010 e foi voluntário no Pronto Socorro de Mongaguá e também durante o incêndio da Ultracargo em 2015. Ele também foi guarda-vidas em clubes e outros eventos, e foi bombeiro em shoppings da região, além de vigilante patrimonial de bancos.


"Acabei saindo da profissão porque recebi uma proposta muito boa para trabalhar como produtor, mas devido à pandemia tive que escolher uma outra opção e decidi usar minha moto para trabalhar. Até gostaria de voltar a ser bombeiro, mas sinto que temos cada vez menos espaço para atuar", explica.


Ele finaliza dizendo que os bombeiros não devem ser só um custo a mais na folha de pagamento das empresas: "É melhor gastar com a segurança do local do que com um processo devido a um prejuízo com coisas materiais".


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