Moradores do Marapé, em Santos, protestam e pedem por mais segurança no bairro
Roubos, furtos e invasões a casas estão entre as principais queixas
Cansados da insegurança no Marapé, em Santos, antigos moradores do bairro cobraram mais ações de autoridades em um protesto neste sábado (9) na Praça Cândido Portinari.
É o caso do professor de Educação Física Cláudio Henrique Pereira Cassauara. Ele mora há 40 anos ali e se sente acuado em casa. Ele relata invasões de residências e em vias como a Avenida Doutor Moura Ribeiro e as ruas Alfredo Albertini e Alfredo Shammas.
Ainda de acordo com Cassauara, a ocupação no túnel por onde passa o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), no vizinho José Menino, piora a situação. “Não acredito que são todos, há muitos moradores em situação de rua que se refugiam ali, mas acabam se misturando com quem pratica crimes”, como o furto de peças de cobre e alumínio.
Rosângela Diegues Gonzalez teve a casa invadida há cerca de dois anos. “Meu vizinho também teve a casa assaltada. E precisamos de mais segurança. Você está andando na rua e eles estão assaltando, levando aliança, entrando na sua casa. E muitos com filmagens, e nada é feito”, diz.
São comuns moradores que têm câmeras de vigilância, mas nem isso impede a ação dos bandidos. A casa da aposentada Eva Barroso foi invadida. Pelas câmeras de casa, ela viu o bandido sair tranquilamente pelo bairro após furtar seu celular e outros pertences.
Na Rua Alfredo Albertini, os donos de uma loja de segurança foram assaltados há duas semanas. Parte do portão de alumínio foi levada levado. Sem querer se identificar, diz que vai murar a casa.
“A gente sai olhando para os lados, principalmente pela manhã e mais à noite. Não se pode mais sair tranquilamente e nem ficar mais à noite batendo papo, conversando, porque somos assaltados”, afirma o motorista de aplicativos Miguel Santos Alonso.
Ele alega que não se veem carros de polícia nas ruas. Entretanto, no horário em que a Reportagem esteve cobrindo o protesto, viram-se ao menos três viaturas — o que não é habitual, segundo manifestantes.
Respostas
Em nota, a Polícia Militar disse que realiza rondas constantes no Marapé e no José Menino e, em março, prendeu 11 pessoas em flagrante por crimes como roubo e furto. Afirmou que o Marapé tem 50 núcleos do projeto vizinhança solidária e está empenhada no policiamento preventivo. “Através da análise dos indices criminais, o setor operacional do Batalhão já intensificou ações policiais, pontos de estacionamento e emprego de viaturas de Força Tática. As pessoas podem ajudar denunciando anonimamente pelo telefone 181 ou 190”, indica a nota.
A Prefeitura, também por nota, disse agir diariamente no bairro, principalmente no trecho do VLT e da Gruta Nossa Senhora de Lourdes, onde a Guarda Civil Municipal aborda pessoas e recolhe materiais descartados.
“A Prefeitura (...) revitalizou o entorno do túnel do VLT (...) e também reforçou a segurança. A área foi reurbanizada e ganhou uma praça. Desde o final de 2019, o local é monitorado ininterruptamente (...): das 7h às 19h, pela Guarda Civil Municipal; das 19h às 7h, pela PM.”
