Morador de Santos vence covid em leito UTI vizinho ao que pai se recuperou: 'Olhava para cama dele'

Alessandro Santos, de 38 anos, teve 70% do pulmão comprometido e deixou o hospital no final do mês de junho

Por: Ágata Luz  -  06/07/21  -  09:53
Atualizado em 06/07/21 - 14:20
        Alessandro se emocionou ao reencontrar pai na saída do hospital onde os dois foram internados em Santos
Alessandro se emocionou ao reencontrar pai na saída do hospital onde os dois foram internados em Santos   Foto: Arquivo Pessoal

Ao procurar atendimento médico com tosse, diarreia e febre, o coordenador de risco patrimonial, Alessandro Santos de Oliveira, de 38 anos, descobriu que estava com covid-19 e precisou ser internado direto na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com 70% de comprometimento pulmonar. Quando recebeu a notícia, portanto, o morador de Santos viu a história do seu pai Mário se repetir na própria pele. Isso porque ele foi internado no dia 23 de junho, no mesmo hospital que o pai tinha permanecido dois meses antes – também com diagnóstico de covid.


Clique e Assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe acesso completo ao Portal e dezenas de descontos em lojas, restaurantes e serviços!


Segundo Alessandro, ele ficou na cama 19 e Mário havia ficado no leito 20, desta forma, a esperança do coordenador de risco patrimonial sempre se renovava ao olhar para o lado. “Olhava direto para a cama ‘dele’, pensando como ele estaria ali e me emocionando muito”, conta. Desta forma, por coincidência ou não, ele teve alta após cinco dias de internação, da mesma forma que aconteceu com o seu pai há dois meses atrás na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Zona Leste.


Em conversa com A Tribuna, Alessandro conta que quando foi internado, recebeu muito apoio do pai: “Ele me abraçou, me pediu para parar de chorar e lembrar de seu exemplo que teve sua internação no dia 02/04 e alta em 06/04”.


Ainda de acordo com o coordenador de risco patrimonial, a internação do pai foi responsável pelos piores dias da própria vida. Desta forma, aconteceria o mesmo com o pai durante a internação de Alessandro. Porém, Mário disse ao filho que iria buscá-lo em pouco tempo, como aconteceu.


O reencontro dos dois vitoriosos aconteceu ainda no mesmo hospital que os abrigou durante a doença e foi registrado em imagens e vídeos (veja abaixo). Desta forma, Alessandro publicou a história nas redes sociais e comoveu diversos internautas. “Sempre tive meu pai como meu melhor amigo e meu herói”, destaca.



‘Anjos’


De acordo com o morador de Santos, ele havia perdido duas pessoas queridas pela doença pouco tempo antes de sua internação: “A sogra do meu irmão mais velho e a sogra da minha irmã caçula”. Desta forma, Alessandro estava bem abalado com as consequências da covid-19, mas teve ‘anjos’ que o ajudaram muito durante o enfrentamento da doença causada pelo coronavírus.


Ao procurar atendimento médico, ele foi atendido por uma médica que solicitou a internação no mesmo dia. “Primeiro anjo que apareceu em minha vida naquele momento”, relata. Porém, a ajuda ‘divina’ não parou por aí.


“Foram cinco dias de lutas, recebendo medicações pelos dois braços e barriga pela maravilhosa equipe da UTI, que foram anjos novamente me minha vida”, explica. Segundo Alessandro, os profissionais eram alto astral, conversavam muito com ele e mandavam mensagens motivacionais, contando sobre exemplos que passaram pela mesma situação.


Ele também recebeu força de um desconhecido que estava na UTI. “Estava bem arrumado, perguntou para onde eu iria, disse para eu ficar calmo que ele estaria ali perto de mim e a me cuidar. Tenho a certeza que era um anjo enviado por Deus”, ressalta.


Recuperação


Aos poucos ganhando força, Alessandro recebeu alta no último domingo (27). Segundo ele, foi uma das notícias mais felizes de toda a sua vida: “Outro anjo que apareceu: a assistente social informando que iria avisar minha família e pedindo para eu me arrumar”.


Além disso, durante a internação, o coordenador de riscos patrimoniais fez muitas amizades. Um outro paciente, chamado Marcos, foi internado poucas horas após Alessandro e hoje se tornou amigo fora do hospital. “Havia quatro pessoas na UTI comigo. Hoje permanecem somente três, tenho fé que eles irão melhorar”.


Ao voltar para casa, Alessandro foi recepcionado pela sua cachorrinha Beretta, de cinco meses (veja o vídeo abaixo). Hoje, ele está sendo cuidado pelos pais e irmãos, pois ainda sente cansaço, pernas fracas e respiração diferente da de antes. “Devo minha vida a eles, que são os responsáveis pela minha força. Enviaram um terço e um bilhete escrito que fiquei segurando todos os dias até a minha alta”, finaliza.



Logo A Tribuna