Morador de Santos fica com pedaço de vidro preso no pé e só consegue retirá-lo após cinco meses

Homem pisou nos estilhaços de um copo no final de fevereiro; cirurgia só aconteceu na quarta-feira (4)

Por: ATribuna.com.br  -  05/08/21  -  07:48
Atualizado em 05/08/21 - 08:21
 Morador caiu em cima de um copo de vidro, que estilhaçou e entrou dentro do seu pé.
Morador caiu em cima de um copo de vidro, que estilhaçou e entrou dentro do seu pé.   Foto: Arquivo Pessoal

Em um acidente doméstico que aconteceu no dia 24 de fevereiro deste ano, o ajudante geral Marcos Roberto da Silva, de 46 anos, escorregou e acabou pisando em um copo de vidro em casa, localizada em Santos. Como havia pedaços de vidro que entraram em seu calcanhar direito, Marcos buscou atendimento médico várias vezes desde então, mas não teve os estilhaços removidos do seu pé até esta quarta-feira (4), quando entrou em cirurgia no Ambulatório de Especialidades Dr. Nelson Teixeira, em Santos.


A esposa do ajudante geral, Ana Lúcia Ayres, de 52 anos, contou em entrevista para A Tribuna que ele estava instalando uma prateleira quando caiu e se machucou. "O banco em que ele se apoiava caiu e partiu um copo de sal grosso no meio. Ele caiu em pé e acabou pisando em cima do copo. Fomos na UPA da Afonso Pena na hora, mas apenas olharam, deram pontos e fizeram um curativo nele".


Ela conta que chegou a pedir várias vezes para que fosse tirado um raio-x do pé de Marcos, mas a médica plantonista afirmou não haver necessidade e mandou o paciente de volta para casa com antibióticos, o que aconteceu também nos meses seguintes ao acidente.


O pedido do raio-x só foi atendido no dia 14 de julho, quando uma médica chegou a falar que o caco de vidro era, na verdade, um osso calcificado. Ana afirmou que nos dias seguintes, novamente medicado, Marcos não conseguia andar por conta da dor e mancava muito. Por isso, fez uma nova visita à UPA na última sexta-feira (30), quando finalmente foi constatada a presença do vidro no corpo do santista.


"Não tem como fazer cirurgia na UPA, e o médico chamou outras duas colegas para ajudar a retirar os cacos, que estavam quebrando. Ele pediu pra gente voltar no sábado de manhã, que iriam encaminhá-lo para um cirurgião. Nesse dia estava tudo certo pra internação dele, mas uma das médicas da Santa Casa de Santos disse que não ia recebê-lo e nem ia olhar para o pé dele. Então a ambulância levou ele de volta para a UPA e eu chamei a polícia, foi assim que ofereceram o atendimento na AMBESP", relatou Ana.


Marcos já está em casa, se recuperando. A cirurgia foi feita por volta das 10h30 desta quarta-feira (4) e seu retorno pós-operatório está marcado para o dia 18 de agosto.


Em nota, a Santa Casa de Santos, por meio de sua assessoria de Comunicação, informa que o paciente Marcos Roberto da Silva foi encaminhado da UPA Zona Leste no dia 31/07/2021 para avaliação da equipe de Cirurgia Geral da Santa Casa de Santos. Após criteriosa avaliação clínica, foi constatado que não se tratava de caso de internação, mas sim de atendimento ambulatorial, pois o referido acidente havia ocorrido há 7 (sete) meses. Sendo assim, o paciente foi redirecionado para a unidade de saúde de origem, para posterior atendimento ambulatorial


Já a Prefeitura de Santos informou, por meio de nota oficial, que o paciente foi avaliado pelo médico plantonista todas as vezes e "definiu tratamento de acordo com avaliação clínica". Além disso, a Administração afirmou que a unidade prestou todos os esclarecimentos necessários à família e que o paciente tem retorno pós-operatório no próximo dia 18. Confira nota na íntegra:


A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informa que o paciente citado passou por procedimento cirúrgico para retirada do pedaço de vidro, na manhã desta quarta-feira (4), no Ambulatório de Especialidades Dr. Nelson Teixeira. Está previsto um retorno pós-operatório para o dia 18 de agosto.


A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24h Zona Leste destaca que em todas as passagens do paciente na unidade, ele foi avaliado pelo médico plantonista, que definiu a conduta e tratamento de acordo com a avaliação clínica.



Todos os recursos necessários para o atendimento foram disponibilizados, como medicação e realização de exames.


Vale destacar que trata-se de uma lesão superficial, sem sinais de infecção ou alteração na funcionalidade do membro.


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