Medidas de segurança em dias de jogos na Vila Belmiro dividem opiniões
Este domingo (8) foi o 1º dia de proibição do comércio de alimentos em garagens e cerco a ambulantes
As novas medidas de segurança que passaram a ser adotadas neste domingo (8) no entorno da Vila Belmiro, em dias de jogos do Santos, dividiram opiniões. Enquanto a representação dos moradores do bairro aprovou a mudança, vários torcedores reclamaram das medidas impostas pelas autoridades.
Uma das principais ações tomadas foi coibir o tradicional comércio de alimentos em garagens das casas do entorno do estádio. Essa determinação foi respeitada, mas pegou muita gente de surpresa.
“Somos clientes fiéis de uma pessoa que faz um lanche maravilhoso, que sempre atendeu bem e está impedida de trabalhar. Não dá para entender. Querem espantar os turistas e os torcedores daqui”, citou o professor Diego Saldanha, que veio de Ponta Grossa (PR).
No entorno da Vila, os ambulantes também estavam impedidos de atuar. A Reportagem identificou pelo menos quatro indivíduos desafiando a fiscalização realizada pela prefeitura.
Três deles, de forma muito discreta, vendiam camisas e bonés do Alvinegro. O quarto comercializava bebidas alcoólicas, que estavam guardadas em uma pequena bolsa térmica.
O desempregado Kelvin Gois, da Capital, criticou as novas medidas, que na visão dele acabaram com a grande festa que a torcida fazia quando o ônibus com os jogadores chegava pela Rua Princesa Isabel.
A estudante Ana Carolina Cavalcante também entende que não havia aquele tradicional clima de festa, apesar de todos os ingressos para a partida terem sido vendidos.
“Parece que a Vila vai receber quatro mil pessoas. Não podemos nem acompanhar o ônibus do time chegando. Estão querendo que aqui vire a Europa: as pessoas devem vir, sentar no estádio e ir embora quando o jogo terminar”.
Impacto positivo
O presidente da Sociedade de Melhoramentos da Vila Belmiro, Mario Bernardino, acredita que a operação, no que diz respeito à segurança, foi “um sucesso”.
Ele explicou que recebeu vários elogios dos moradores do bairro, mas deixou claro que a questão relacionada aos ambulantes não é pauta desse coletivo.
“Acredito que a prefeitura deveria credenciá-los, em espaços definidos, com autorização do Ministério Público Estadual, para receberem licenças temporárias”, destacou.
O Santos, por meio de nota oficial, informou que as ações executadas no entorno da Vila Belmiro não são de iniciativa e nem de coordenação do clube.
“A Prefeitura de Santos tem realizado ações visando coibir irregularidades no comércio de alimentos, bebidas e mercadorias, enquanto que a Polícia Militar opera bloqueios nos arredores do estádio para restringir pessoas não credenciadas aos jogos. Trata-se, portanto, de ações de coordenação entre órgãos do Poder Público”, justificou o clube.
A prefeitura informou que o Departamento de Fiscalização Empresarial e Atividades Viárias, da Secretaria de Finanças, esteve presente no local das 7h30 às 19h.
Durante esse período, foi feita a apreensão de pizzas de um estabelecimento da Capital que estava fazendo entregas sem ter cadastro de ambulante nem comércio fixo na cidade.
