Médicos debatem medicina humanizada no 37º Congresso Médico Acadêmico de Santos

Com cerca de 400 alunos inscritos, o Comas segue até sexta-feira

Por: Da Redação  -  09/05/19  -  02:13
Congresso será realizado até o dia 30
Congresso será realizado até o dia 30   Foto: Alexsander Ferraz/Arquivo/AT

Um olhar diferenciado, que vai além dos livros de Medicina e avalia de forma geral os doentes pode mudar a relação médico paciente e tornar o atendimento mais eficiente e humanizado. Essa foi uma das questões debatidas nesta terça-feira (7) por alguns dos palestrantes da 37º edição do Congresso Médico Acadêmico de Santos (Comas), promovido pelos estudantes do Centro Universitário Lusíada (Unilus).


O médico cardiologista Miguel Antonio Moretti, do Instituto do Coração (InCor), falou com os futuros profissionais sobre as características da terceira idade e o que isso implica nas doenças cardiovasculares. Com o aumento da perspectiva de vida da população, que em algumas classes sociais pode-se chegar à idade média de 89 anos, as pessoas passam a ter mais chances de ter doenças crônicas. As modificações que ocorrem no corpo com o envelhecimento podem facilitar o surgimento de problemas no coração e até mascarar doenças.


“Você tem no idoso uma maior limitação natural para fazer as coisas. Então, o idoso começa a fazer menos atividade e isso acaba fazendo com que a gente não perceba, por exemplo, quando ele tem uma dor torácica, uma angina ao esforço, uma falta de ar ou uma palpitação quando faz um esforço, o que sinalizaria um quadro de insuficiência cardíaca”, explica o especialista.


Ele aconselha aos médicos prestar muita atenção a esta faixa etária para um diagnóstico correto, que nem sempre está ligado a exames considerados de ponta. “Às vezes, você pensa em fazer ressonâncias, tomografias, cateterismo ou usar a última droga que foi produzida. A gente tem que entender que o idoso está integrado em um universo que não é só o da doença. Você tem um universo social, pessoal e da própria autoestima do idoso, outras coisas que impactam nas doenças e que muitas vezes a gente não percebe.”


Para o médico Roberto Saad, que é da segunda turma da Faculdade de Ciências Médicas de Santos, de 1974, que também palestrou no Comas, o diagnóstico do médico deve ir além do que aprende nas universidades. “Você saber a teoria é necessário. Mas só ela não é suficiente. O diagnóstico puro e simples está no livro, mas, para mim, fazer diagnóstico é entender a vida do doente, saber como ele vive”, avalia.


Com cerca de 400 alunos inscritos, o Comas segue até sexta-feira. Nesta quarta-feira (8), os universitários discutem com profissionais os avanços no tratamento do HIV, métodos contraceptivos, cuidados paliativos na Pediatria, produção da voz e rouquidão, desafios para a saúde da criança e do adolescente, entre outros temas.


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