Lixo de estabelecimentos causa atrito na Rua Tolentino Filgueiras, em Santos

Principal motivo de queixa é a falta de contentores e detritos na via

Por: Sheila Almeida & Da Redação &  -  20/06/19  -  19:24
Rua Tolentino Filgueiras foi oficializada Via Gastronômica de Santos
Rua Tolentino Filgueiras foi oficializada Via Gastronômica de Santos   Foto: Alexsander Ferraz/ AT

A Rua Tolentino Filgueiras – que ano passado, por lei passou a ser considerada Via Gastronômica do Gonzaga –, virou alvo de atritos entre Prefeitura de Santos, moradores e empresários. O problema é como lixo na rua.


De um lado, os donos dos restaurantes reclamam que foram retirados os contentores de resíduos e, com isso, não há mais onde acumular os sacos – já que, segundo eles, a própria Vigilância Sanitária impede que os locais guardem o que será eliminado. Por outro lado, os moradores reclamam do lixo espalhado por moradores de rua nas vias. Para piorar, só se pode colocar o lixo para fora uma hora antes do caminhão passar – o que ocorre geralmente entre 7 e 9 horas, a cada dia.


Vivian Brum Camparelli, proprietária de um restaurante na via, acredita que o correto seria a via ter recolhimento do lixo a noite, com a volta dos contentores. “Temos uma reunião com a prefeitura para acertar melhorias, porque desde que virou Rua Gastronômica não houve nada”, diz.


Tudo em um só lugar


Guilherme Karaoglan, proprietário de outro restaurante, também se incomoda. Segundo ele, os moradores acreditam que uns restaurantes são responsáveis por todo o problema, por acumularem muito lixo.


“Mas não. O que acontece é que o lixeiro passa e junta tudo num lugar só. Depois chega o caminhão e o trabalho é menor ao retirar tudo de uma esquina só. Filmei isso para quem quiser ver”. Ele explica ainda que após reclamações de moradores, fiscais da Prefeitura compareceram nos estabelecimentos.


“Nós temos um documento renovado todo ano no qual uma empresa fiscalizada pela prefeitura confere se somos pequenos ou grandes geradores de resíduos, perante a lei. A maioria dos restaurantes é de pequenos geradores. A lei diz que podemos ter o lixo recolhido pela Prefeitura”, acrescenta.


Cesar de Almeida Durão, outro proprietário de restaurante, conta que a Prefeitura quer que cada estabelecimento pague pela retirada de seu próprio lixo. “Mas já pagamos Taxa de Lixo. Precisam decidir. Vamos pagar duas vezes?”, questiona.


Resposta


O Município explica que houve reunião entre empresários e a Secretaria de Turismo em janeiro de 2018. Ficou definido que o grupo de comerciantes indicaria os participantes do Conselho Municipal da Rua Gastronômica, mas não houve mais contato posterior. A Setur ainda estaria disponível para apoiar o setor.


Em relação ao lixo, reclamações de moradores foram recebidas e, após monitoramento, se concluiu que muitos estabelecimentos comerciais que funcionam à noite descartavam seus resíduos sem a devida separação na madrugada, atraindo pessoas em situação de rua que buscam, além de alimento, latas, papelão e outros objetos para venda.


Assim, a Secretaria de Meio Ambiente (Semam) visitou os comerciantes para orientação e a Secretaria de Serviços Públicos (Seserp) retirou contentores.


Hoje, a coleta de lixo domiciliar ocorre apenas durante o dia. Por nota, a Prefeitura ainda diz que fiscais continuarão monitorando, intimando e, se necessário, multando descumprimentos a lei.


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