Laboratório Móvel do Butantan chega a Santos para detecção de variantes da covid-19 na região

O Lab Móvel ficará no município até, pelo menos, o dia 10 de setembro. A ideia é que ele rode todo o Estado

Por: Rosana Rife  -  30/08/21  -  16:08
 As nove cidades da Baixada enviarão amostras para o Lab Móvel, que irá verificar se estão positivas ou não
As nove cidades da Baixada enviarão amostras para o Lab Móvel, que irá verificar se estão positivas ou não   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Quem passa pela Praça Mauá, em Santos, nem imagina que no contêiner estacionado no local está um minilaboratório com equipamentos supermodernos para detecção da covid-19. Chamado de Lab Móvel, a estrutura é um pedacinho do Instituto Butantan que começou a rodar o Estado no começo do mês. O objetivo dessa etapa é acelerar a testagem das amostras de exames feitas nas cidades da região e fazer o sequenciamento genético das variantes do SARS-Cov-2 que circulam na Baixada Santista.


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Devem ser feitas cerca de 1.500 análises semanais, 300 diárias no Lab Móvel. Os trabalhos serão feitos de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas. Na estrutura, que funciona em um contêiner, com mais de 12 metros de comprimento e três de altura. Há, por exemplo, três sequenciadores genéticos, centrífuga, seladora, geladeira e freezer para armazenamento de amostras.


“As amostras chegam e um robô retira o material e prepara para ter o resultado do PCR, que será enviado de forma eletrônica para o Município”, explica o o médico e membro do Grupo de Alerta das Variantes de covid-19 do Instituto Butantan.


O trabalho fica a cargo de três profissionais do Butantan. Observar a atuação desses profissionais lembra cena de filme de ficção científica. A estrutura é chamada tecnicamente de laboratório grau 2.


“Significa os cuidados que temos que ter na hora de trabalho. Temos filtros que não permitem (a presença) nenhum tipo de bactéria e a pessoa que atua no laboratório tem de estar coberta dos pés à cabeça, porque, no material coletado, há vírus vivo que poderia contaminar qualquer que estiver lá dentro”.


As nove cidades da Baixada enviarão amostras para o Lab Móvel. A primeira etapa será testá-las para verificar se são positivas ou não. A partir da chegada do material, o resultado sairá em 24 horas.


“Na prática, isso significa que a pessoa ficará menos tempo em isolamento, se for negativo. Se for positivo, será possível ir atrás das pessoas que tiveram contato com ela mais cedo. Ou seja, vamos cercar eventuais casos positivos em um tempo menor. Isso significa conter pandemia. Essa é a nossa meta”, diz Jorge.


E, a partir dos casos positivos, começa também a segunda etapa do programa, na qual ocorre o sequenciamento genético. Com ele, será possível verificar o tipo de variantes que predomina, o que deve levar até seis dias, diz Jorge. Normalmente, essa análise costuma levar entre 10 e 12 dias.


“Dentro de uma semana a 10 dias devemos ter um relatório que vai ajudar a Baixada Santista a saber o que está ocorrendo aqui. Algumas variantes são mais transmissíveis que a outras. Se você tem uma variante mais transmissível, você toma um cuidado maior para a contenção dessa doença. Ao mesmo tempo vamos saber como as variantes atuam nas pessoas que tinham cobertura vacinal e como as variantes atuam em cada tipo de vacina. Daí fazemos acordo com os fabricantes para que esses dados possam ser usados para melhorar as vacinas também. Cercamos de todos os lados”.


Surpresa

A recepcionista Jaqueline Pinheiro, 43 anos, estava a caminho do trabalho e ficou surpresa com a estrutura montada no meio da praça e quis saber do que se tratava. “É maravilhoso ver os cientistas trabalhando. Isso também vai ajudar a população a saber exatamente o que está acontecendo e como fazer para conter esse vírus”.


O Lab Móvel vai ficar em Santos até, pelo menos, o dia 10 de setembro. A ideia é que ele rode todo o Estado.


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