Imóvel pega fogo em Santos e testemunhas dizem que morador de rua causou incêndio; VÍDEO

Labaredas chegaram até o primeiro andar do edifício; Corpo de Bombeiros não confirmou a causa das chamas

Por: Ágata Luz  -  13/03/21  -  21:43

Uma padaria desativada pegou fogo na tarde deste sábado (13) na Avenida Afonso Pena, em Santos. O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 14h50 e, com auxílio de quatro viaturas, o fogo foi controlado. Ninguém ficou ferido.


Segundo a corporação, ainda não há informações sobre a causa do incidente. Porém, testemunhas afirmaram que o incêndio começou após uma pessoa em situação de rua ter feito uma fogueira próxima ao imóvel. O fogo se alastrou e atingiu a estrutura.


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O auxiliar de vendas Edgar Costa Júnior, de 45 anos, mora em frente ao local do incêndio. Ele diz que as labaredas chegaram até o primeiro andar do imóvel, que possuía uma estrutura de madeira quando funcionava como restaurante da padaria - que hoje está desativada.


De acordo com a testemunha, não há dúvidas sobre a causa do fogo: "Os moradores de rua fazem fogueira todos os dias para fazer comida", relatou. Ainda segundo o munícipe, não é a primeira vez que o mesmo imóvel é atingido por chamas causadas por este mesmo motivo.


Imagens mostram grande fumaça preta decorrentes do incêndio
Imagens mostram grande fumaça preta decorrentes do incêndio   Foto: Arquivo Pessoal/Jorge Farah

"Os moradores de rua tomam conta nestepedaço mais ermo, pois não há monitoramento da polícia, da Guarda Civil Municipal e da CET", desabafa o auxiliar de vendas. Edgard afirma que já realizou diversas denúncias para a Prefeitura, mas o problema persiste. Por isso, ele próprio já precisou apagar algumas fogueiras.


"Saio da minha casa e peço para apagarem o fogo ou eu mesmo apago com um balde de água", explica o munícipe, que diz que o cheiro chega a sufocar os moradores. "Constantemente faço reclamações, a fumaça atrapalha e chega a sufocar as pessoas", lamenta.


O auxiliar de vendas ainda explica que se preocupa com as proporções que estas fogueiras podem tomar. "Se os bombeiros estivessem atendendo outra ocorrência e não chegassem em tempo, teria pego fogo na agência dos Correios, que fica do lado do imóvel atingido. É um descaso com a população", conta.


No entanto, segundo Edgard, todos os problemas poderiam ser resolvidos com a prevenção por parte das autoridades públicas: "Não exise monitoramento, não há prevenção. Só sanam o problema mais grave. Precisam mudar porque não é só aqui, está pegando fogo nos imóveis por toda a cidade", finaliza.


O jornalista Fabiano de Oliveira, de 41 anos, confirma o que Edgard relata. "O local que está abandonado virou abrigo de moradores de rua e usuários de drogas. Todo dia este rapaz acende a fogueira, porém as autoridades quando chamadas, nada podem fazer. Até que chegou o grande dia", explica. Fabiano também teme por consequências maiores: "por sorte não houve algo pior".


O que diz a Prefeitura


Procurada porATribuna.com.br,a Prefeitura de Santos afirmou que aDefesa Civil de Santos (DCS) foi acionada pelos Bombeiros para a ocorrência. De acordo com a DCS, não há risco estrutural e o local foi isolado. A Prefeitura também informou que o proprietário do imóvel será intimado para restabelecer as condições de segurança do local.


A equipe de ATribuna.com.br também questionou sobre as reclamações dos moradores e a Prefeitura enviou uma nota sobre o assunto. Leia na íntegra:


A Prefeitura informa que a Guarda Civil Municipal (GCM) faz rondas 24h em toda a Cidade. A GCM também faz o monitoramento por câmeras ligadas ao Centro de Controle Operacional (CCO), central de inteligência que funciona 24h todos os dias da semana dando apoio às ações da GCM, Polícia Militar e outros órgãos. Irregularidades podem ser denunciadas pelos telefones 153 e 162 (Ouvidoria), e pela Ouvidoria Digital.


O Município mantém serviços de abordagem social e acolhimento para as demandas da população de rua. A Secretaria de Desenvolvimento Social (Seds), responsável pela equipe de abordagem social às pessoas em situação de rua, mantém as imediações do local apontado em seu roteiro de monitoramento cotidiano.


A pasta esclarece que as abordagens são realizadas nos logradouros públicos da Cidade, e desenvolvem um trabalho de aproximação, escuta qualificada e formação de vínculos de confiança, com o objetivo de fortalecer e encorajar na direção do acesso aos demais serviços.
A equipe de abordagem pode ser acionada a qualquer momento através do telefone 153.


O atendimento será ofertado àqueles que de forma voluntária desejarem acesso aos serviços municipais. Informações como nome, idade, descrição física e local exato onde a pessoa se encontra são muito importantes na hora de ligar.


A Administração ressalta, ainda, que que o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua, o Centro POP, que antes funcionava de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, atende também aos sábados, domingos e feriados, das 9h às 13h, na Rua Amador Bueno, 446, Centro. A Prefeitura também abriu dois abrigos emergenciais, devido à ampliação do atendimento à população de rua na pandemia de covid-19. Somadas a de outros quatro abrigos, o total de vagas chega a 279.


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