Imóveis em situação precária preocupam no Centro de Santos
Marquises deterioradas, sacadas em ruínas, elementos soltos: pedestres temem queda
Andar pelas ruas do Centro de Santos exige atenção extra dos pedestres. Não basta apenas tomar cuidado ao atravessar as ruas ou olhar para baixo para não tropeçar. O perigo pode vir de cima. Em muitos imóveis, marquises visivelmente deterioradas põem em risco quem anda pela região.
Vias como General Câmara, Braz Cubas e Senador Feijó têm vários prédios com problemas. A Tribuna circulou por essas vias e encontrou pelo menos dez estruturas comprometidas, com umidade aparente, ferragens expostas e concreto se desfazendo. Outro indício de danos são plantas saindo pela construção. O mesmo perigo está presente em beirais e sacadas.
“Dá medo de andar debaixo dessas marquises. Sempre fico com a sensação de que elas podem cair a qualquer momento. Evito de todos os jeitos”, conta a autônoma Josileide Ramos, de 43 anos.
O temor é justificado. Em 2011, a queda de uma marquise no Centro matou um homem. Na época, a Prefeitura mapeou todas as edificações com marquises. Naquele ano, houve 1.791 intimações para que proprietários demolissem ou restaurassem as estruturas danificadas.
Por nota, a Prefeitura afirma que a Coordenadoria de Inspeção de Instalações e Locais de Eventos, Desenvolvimento Tecnológico e de Segurança “acompanha cotidianamente problemas estruturais não apenas do centro de Santos, mas de toda a Cidade”. No ano passado, ocorreram 4.820 intimações e multas.
Levantamento
O ouvidor municipal Rivaldo Santos explica que, além de ações de fiscalização, a Prefeitura deve atualizar um levantamento de imóveis abandonados.
“Tínhamos cerca de 110 imóveis abandonados ou subutilizados. Agora, com o apoio da Guarda Municipal, da subprefeitura da região central e de uma comissão coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano, devemos atualizar esses dados”, afirma.
No levantamento, se for constatado o abandono das áreas por mais de um ano, a Prefeitura passará a intimar os proprietários a dar destinação para os locais.
“Claro que, nos casos que envolvem iminente risco, a Prefeitura vai ao local e, por exemplo, tira o reboco que está prestes a cair”, afirma Santos. Ainda segundo ele, a Prefeitura fiscaliza todos os imóveis, intima, multa e, quando chega ao limite do processo administrativo, entra na Justiça para fazer com que o proprietário zele pelo imóvel.