Hospitais de Santos agonizam com aumento no número de internados: 'Situação é drástica'
Pacientes já estão tendo que aguardar pela liberação de leitos e hospitais estão beirando o colapso
Em coletiva realizada pela Secretaria de Saúde de Santos nesta quinta (18), representantes de oito hospitais das redes pública e privada do município contaram que, apesar dos esforços, as unidades não tem conseguido atender as demandas da forma que gostariam. Com cerca de 472 pessoas internadas no município, pacientes já precisam esperar pela liberação de novos leitos.
O plano de saúde Unimed, por exemplo, já tem quatro pacientes em atendimento aguardando transferência para hospitais, mas não conseguem vagas. Não há informações sobre o estado dessas pessoas. Três estão na Unimed de Praia Grande e uma em Santos.
O presidente da Beneficência Portuguesa, Ademir Pestana, conta que o hospital recebeu três respiradores após divulgação de que o hospital precisava do equipamento, o que representa mais 270 mil reais.
Pestana faz um apelo a empresários que possam ajudar a fazer uma corrente do bem e diz que poderia aumentar leitos, mas sem respiradores não é possível. "Nosso compromisso é abrir mais nove ou 10 leitos em UTI. É um sofrimento ver luzes se apagando e não ter mais o que fazer, se as atitudes não forem tomadas por todos, teremos uma tragédia na Cidade e na nossa instituição", diz.
A situação atual é três vezes pior que no início da pandemia, segundo Marcos Cavaleiro, do hospital São Lucas. O representante diz, ainda, que os pacientes estão mais graves, exigindo mais tempo de internação e insumos.
"Eles pedem mais concentração de oxigênio e me preocupa porque não sei até quando teremos. Precisamos de oxigênio e medicamentos pra que ele passe da fase inflamatória", diz o representante do hospital que tem 100 leitos lotados.
Marcos conta tbm que o irmão está com febre há dois dias e hoje eu não teria vaga para ele no hospital em que trabalha. O São Lucas tem sedativos para manter pacientes nos respiradores para apenas mais alguns dias e a medicação é fundamental para manter o procedimento.
Segundo o diretor clínico Casa de Saúde, Luiz Roberto, as unidades de Santos e Praia Grande estão com 100% de ocupação na UTI e enfermaria. "Situação grave e triste de assitir.O prédio quase pronto, mas não encontramos respiradores e parte humana, difícil".
Roberto também explica que a idade do paciente baixou, tendo jovens de 24 anos internados em estado grave, por exemplo, e que três já estão aguardando vagas.
Como prevenção, na Casa de Saúde as cirurgias eletivas estão canceladas para diminuir a quantidade de drogas que seriam necessárias durante os procedimentos. "Situação é drástica", afirma o representante.
Ainda durante a coletiva, o Secretário de Saúde de Santos, Adriano Catapreta, disse que está avaliando os dados diariamente e que ainda não tem uma data exata para o lockdown, mas que é preciso apoiar todos os outros municípios da região.
"Dinheiro não interessa. Precisamos tender as pessoas com responsabilidade. Pedimos a compra de 60 respiradores, estamos abrindo leitos em uma UPA que não tem rede de gás. A velocidade de abertura de leitos não está sendo suficiente", diz o secretário.
