Gravidez anormal faz trompa de adolescente quase 'estourar'; jovem precisa de doação de sangue

Feto foi descoberto após suspeita de cálculo renal; parte do sistema reprodutivo precisou ser removido em cirurgia de emergência

Por: Gabriel Ojea  -  05/11/20  -  18:24
Gabriela está em estado crítico no Hospital dos Estivadores
Gabriela está em estado crítico no Hospital dos Estivadores   Foto: Reprodução/Facebook

O que começou como infecção urinária e suspeita de pedras no rim acabou virando um problema muito mais grave para a adolescente Gabriela Roxa Alexandrina. Após idas à UPA Central, a jovem de 16 anos, moradora de Santos, no litoral de São Paulo, descobriu que, além dos diagnósticos citados, também estava grávida de poucas semanas. O feto estava sendo gerado nas trompas de falópio.


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Segundo a mãe de Gabriela, Ilayza Rocha Vaz, a filha se queixava de uma dor aguda e estava passando mal. As duas foram até uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e foi confirmado infecção urinária após exame, levantando a suspeita de um possível cálculo renal.


Porém, após passar mal por dois dias seguidos, Ilayza levou Gabriela novamente na UPA no último sábado (1), onde foi realizado um teste de gravidez que apontou o resultado positivo. As duas procuraram atendimento no Hospital dos Estivadores e, após exames, foi constatado que o feto estava sendo gerado nas trompas de falópio.


A geração do feto neste local do corpo causou danos internos graves. “O médico disse que se tivéssemos esperado mais um dia, ela [Gabriela] teria morrido, porque estava tudo estourando dentro dela”, conta a mãe. Gabriela teve que passar por um procedimento cirúrgico para a remoção de um ovário e da trompa onde o feto estava sendo gerado.


A situação atual da jovem é preocupante, pois ela segue em estado crítico na UTI do Hospital dos Estivadores, em Santos e precisa de doações de sangue para se recuperar. De acordo com Ilayza, diversas pessoas já se movimentaram para doar, porém, a mãe foi informada que mais quantias de sangue ainda são necessárias para a recuperação de Gabriela.


Para poder colaborar, as doações devem ser feitas no Hospital Guilherme Álvaro, em nome Gabriela Roxa Alexandrina. Qualquer tipo sanguíneo é aceito.


Posicionamento da prefeitura


Em nota, a Fundação do ABC, entidade que faz a gestão compartilhada da UPA Central com a Secretaria de Saúde de Santos, informou que a paciente deu entrada na UPA em 30 de outubro com queixa de dificuldade para urinar e dor abdominal. Passou por atendimento médico, colheu exames e não quis aguardar os resultados na unidade, retornando somente no dia seguinte, quando foram confirmados os diagnósticos de infecção urinária e de cálculo renal.


Ainda segundo a entidade, quando a paciente retornou em 31 de outubro para buscar os exames, passou novamente com a equipe médica e relatou sensação de aumento do abdômen. Diante da informação, foram solicitados novos exames, inclusive de gravidez. Com os resultados dos novos exames, a gravidez foi confirmada e a paciente foi orientada a iniciar o pré-natal na rede de saúde municipal para acompanhamento ginecológico.


De acordo com a Fundação do ABC, os diagnósticos de infecção urinária e de cálculo renal estavam corretos.


Após a identificação da gravidez pela UPA e à orientação para a busca de um serviço de ginecologia, a paciente descobriu em tempo a gravidez nas trompas, cujo procedimento terapêutico geralmente é cirúrgico e realizado por serviço especializado.


No dia 1º de novembro, a paciente procurou o Pronto-Atendimento Obstétrico do Complexo Hospitalar dos Estivadores e passou por avaliação da equipe multiprofissional, sendo identificada a necessidade de internação para realização da cirurgia. O hospital não está autorizado a divulgar informações sobre o estado de saúde da paciente.


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