Família de vítima obesa de covid reclama de demora de serviço funerário na Beneficência Portuguesa

Familiares reclamaram da demora do hospital e proposta para que caixão fosse transportado amarrado em caminhonete

Por: ATribuna.com.br  -  01/05/21  -  19:47
    O Hospital está se modernizando ano a ano e deseja oferecer instalações com padrão hotelaria
O Hospital está se modernizando ano a ano e deseja oferecer instalações com padrão hotelaria   Foto: Divulgação

Familiares e amigos de mais uma vítima de covid-19, Waldemir Vieira dos Santos, aguardaram mais de cinco horas, na Beneficência Portuguesa, por transporte adequado falecido, neste sábado (1).


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De acordo com a esposa de Waldemir, Andrea Rodrigues dos Santos, de 45 anos, o marido tinha aproximadamente 180 kg e 1,89m, e precisou de um caixão especial, que segundo ela, estava mal cuidado, com desgastes.


   Caixão com desgastes
Caixão com desgastes   Foto: Arquivo Pessoal: Marcos Damasceno

Contudo, sua maior queixa foi sobre a lentidão do hospital para conseguir transporte adequado para o enterro do corpo de Waldemir, que era obeso. O serviço demorou mais de cinco horas para ser providenciado pela equipe da Beneficência Portuguesa.


Andrea conta que o caixão com aproximadamente 2,35m de comprimento e 1,22m de largura, mal passava na porta do hospital e não entrou no carro tradicional funerário. Depois, ainda de acordo com esposa da vítima, funcionários da Beneficência deixaram o caixão, por aproximadamente 10 minutos, no chão do estacionamento do local.


   Primeiro carro oferecido pela Beneficência Portuguesa para transporte sem espaço para caixão especial
Primeiro carro oferecido pela Beneficência Portuguesa para transporte sem espaço para caixão especial   Foto: Arquivo Pessoal: Marcos Damasceno

Situação que a deixou extremamente constrangida e revoltada com os serviços prestados. “Foi um desrespeito em um momento tão difícil, eu me senti humilhada”, comentou.


Mas não só isso, outro motivo de queixa dos parentes e amigos da vítima foi uma proposta feita pelos funcionários do hospital durante o trâmite para conseguir o carro.


   Waldemir e Andreia juntos
Waldemir e Andreia juntos   Foto: Arquivo Pessoal: Andreia Rodrigues

De acordo com Marcos Roberto Liscio Damasceno, pessoa próxima da família, contou que queriam transportar o corpo com o caixão amarrado em uma caminhonete. “É um ser humano, não um lixo”, desabafou.


Contudo, depois de mais de cinco horas no aguardo pelo transporte, o hospital cedeu um carro do modelo Ducato para levar o corpo para cemitério da Areia Branca, que foi sepultado por volta das 16h40 deste sábado.


Parentes e amigos, por causa da demora, não conseguiram acompanhar o enterro. “Ele era fantástico, não merecia passar por isso, nenhum ser humano merece”, finalizou o amigo Marcos.


Em nota, a Beneficência Portuguesa afirmou que havia apenas um exemplar do caixão extragrande e que não houve improviso com relação aos cavaletes em que o caixão se apoia. Confira a nota na íntegra:


Na manhã deste sábado o Serviço de Luto da Beneficência Portuguesa recebeu o corpo do Sr. Valdemir Vieira dos Santos (47 anos) falecido nesta cidade, com sepultamento previsto para às 10h30 no Cemitério de Areia Branca. Para a acomodação do corpo, após o devido preparo, a necessidade de urna especial (extra jumbo) equipamento fora do padrão que o Serviço dispunha de apenas um exemplar, já que devido ao tamanho não é facilmente encontrada.


A viúva (declarante) conferiu a urna disponível e nesse interim, como de praxe, funcionário do setor entrou em contato com a administração do Cemitério e em meio às informações relatou o tamanho especial da urna, o que resultou na ida de um funcionário do “Areia Branca” até o local, para ver se haveria necessidade de maior abertura no lóculo onde seria colocada a urna.


Enquanto isso, o Serviço de Luto tentava junto a outros serviços do gênero em Santos e em São Vicente, conseguir um transporte adequado, pois nos veículos disponíveis a urna não tinha condições de ser acomodada, não obtendo de imediato retorno positivo, sendo então, para dar o tempo necessário à solução do adventício, foi acertado entre o representante do cemitério, do Serviço de Luto e a declarante, o adiamento do sepultamento para às 16h.


No início da tarde, o Serviço de Luto da Santa Casa conseguiu adequar um veículo para o cortejo e o emprestou ao Serviço de Luto da Beneficência. O cortejo saiu do local em direção ao Cemitério de Areia Branca às 15h30.


Uma observação com relação aos cavaletes nos quais a urna estava apoiada. Não houve qualquer improviso. Esse equipamento é padrão para sustentação de urnas de tamanho fora do padrão.


Lamentamos profundamente o ocorrido, mas procuramos de todas as formas solucionar os imprevistos, solicitando inclusive a atenção do Corpo de Bombeiros, na expectativa de minimizar a dor dos parentes e amigos nesse momento da triste despedida de seu ente querido cumpriu todo o tramite necessário e adequado para o sepultamento.


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