Família de Santos aguarda quase 6h para ser atendida em UPA e acusa falta de médicos: 'Crime'

Segundo Eduardo Pereira de Mello, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Zona Leste estava cheia e ficou horas sem prestar atendimento

Por: Ágata Luz  -  17/03/21  -  13:15
Família pegou senha às 10h28 e passou por atendimento após 16h
Família pegou senha às 10h28 e passou por atendimento após 16h   Foto: Fotos: Arquivo Pessoal

Ao levar a mãe com dengue e dores no corpo para receber atendimento médico, o auxiliar de laboratório Eduardo Pereira de Mello, de 19 anos, se surpreendeu com a demora no atendimento e ausência de profissionais na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Zona Leste, em Santos. De acordo com o jovem, eles chegaram às 10h28 e só passaram por atendimento às 16h, pois a unidade estava sem médicos.


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Segundo o auxiliar, sua mãe Mara Regina Pereira de Mello passou pela triagem às 11h05 e recebeu uma pulseira da cor verde, que classifica o grau de risco do paciente como pouco urgente. Porém, após cerca de quatro horas de espera, Eduardo se queixou na recepção sobre a ausência de profissionais.


“Disse que estava ocorrendo um crime, uma unidade de atendimento médico de portas abertas sem nenhum médico”, relata o jovem, que afirma que a UPA estava lotada. “Até que uma pessoa com jaleco e sem crachá me notificou que tinham quatro médicos na unidade, então questionei o não atendimento, mas não tive resposta”, explica.


Após cerca de meia hora, Eduardo relata que os atendimentos voltaram. Acompanhando sua mãe, eles foram atendidos por volta das 16h, cerca de seis horas após chegarem na unidade. “Foi tranquilo, fomos bem tratados, excelente profissional”, diz o auxiliar de laboratório. Porém, de acordo com ele, quando questionada sobre a ausência de médicos, a profissional confirmou a informação.


“Ela disse que entraram em contato desesperados para que os atendimentos ocorressem”, afirma Eduardo. Segundo o jovem, a médica não chegou a ter 12 horas de descanso, pois tinha encerrado plantão naquela manhã. Além disso, Eduardo Pereira relata que a triagem feita na mãe não foi correta. “A pressão da minha mãe estava super alta e a médica até questionou a classificação da pulseira dela. Deveria ser amarela”, finaliza.


Resposta


Procurada por ATribuna.com.br, a Prefeitura de Santos enviou uma nota. Leia na íntegra:


“A Pró-Saúde, organização social que faz a gestão da UPA Zona Leste, informou que na tarde deste domingo (14), a escala de médicos do pronto atendimento estava completa, com sete profissionais de plantão.


No entanto, no período da manhã, o quadro assistencial da unidade apresentou ausência de um plantonista, ocasionando um tempo maior de espera em relação aos atendimentos. Já no período da tarde, com o quadro de profissionais completo, a situação se normalizou e os atendimentos foram realizados, priorizando os casos de urgência e emergência, conforme o perfil de classificação de risco realizado em todos os pacientes.


A paciente citada pela reportagem passou por atendimento médico, recebeu medicação na unidade e, posteriormente, receituário para continuidade do tratamento em casa. Vale ressaltar que casos mais graves e urgentes são priorizados, mas todos os pacientes que buscaram a unidade receberam assistência.”


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