Estudante espera Samu por mais de 4 horas em transferência de hospital em Santos

Mãe de jovem de 20 anos se queixou de negligência do tempo de espera. Secretaria de Saúde alegou excesso de chamados na segunda-feira (21)

Por: Cássio Lyra  -  23/12/20  -  17:04
Estudante de 20 anos teve de esperar por mais de 4 horas para o Samu transferi-la para hospital
Estudante de 20 anos teve de esperar por mais de 4 horas para o Samu transferi-la para hospital   Foto: Arquivo pessoal

Uma jovem de 20 anos teve de esperar mais de 4 horas para ser atendida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e ser transferida para uma unidade de saúde após se queixar de dores no corpo. A mãe da estudante conversou com ATribuna.com.br e se queixou de negligência pelo tempo de espera que a filha teve de passar.


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A doméstica Daiane Pereira de Melo, de 39 anos, esteve na Policlínica da Nova Cintra, no início da tarde de segunda-feira (22), após sua filha se queixar de dores pelo corpo. Ela recebeu avaliação, foi medicada e foi informada que precisava ser transferida para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Central.


No entanto, a estudante e sua mãe esperaram por mais de quatro horas para que uma viatura do Samu chegasse e as levassem para a UPA Central. “Ela foi atendida por volta de 12h15, recebeu avaliação, medicação e ficamos no aguardo da transferência. Chegamos na UPA Central estava perto das 18h”, explica Daiane.


Conforme documento na Policlínica, Samu foi solicitado 12h30, mas a jovem só chegou à UPA próximo das 18h
Conforme documento na Policlínica, Samu foi solicitado 12h30, mas a jovem só chegou à UPA próximo das 18h   Foto: Reprodução/Viver no Morro e Região

Na UPA Central, seguindo o formulário de exames, a filha da doméstica teria que passar por um exame de raio-x, uma vez que, segundo os médicos, ela tinha suspeita de apendicite. No entanto, para surpresa das duas, um novo obstáculo pelo caminho, pois a máquina que realizava o tipo de exame não estava funcionando. “Tivemos que ir para a UPA da Zona Leste, dessa vez não esperamos ambulância [foram de Uber], e lá ela conseguiu fazer o exame que foi pedido”.


Nova demora


Conversa entre mãe e filha, que teve de esperar por mais de 4 horas para ser transferida para a Santa Casa
Conversa entre mãe e filha, que teve de esperar por mais de 4 horas para ser transferida para a Santa Casa   Foto: Arquivo pessoal

Após ter retornado para casa, a filha de Daiane teve de voltar para a UPA Central nesta terça-feira (22) para apresentar os exames e descobrir qual seu quadro de saúde. Após ser atendida, foi designado que a jovem precisaria ser transferida para ala de internação da Santa Casa de Santos.


Na unidade, elas foram informadas de que uma ambulância iria leva-lás para a Santa Casa. Segundo funcionários da UPA, uma ambulância tinha feito um atendimento em Guarujá e que, posterior a isso, iria fazer a transferência da paciente.


No entanto, a ambulância demorou mais de quatro horas até que ela apareceu e levou a estudante para a Santa Casa de Santos. Ela está internada, com situação estável, com as dores mais amenizadas devido aos medicamentos. Segundo a mãe, a filha está com suspeita de apendicite ou infecção no ovário.


Estudante teve de esperar por mais de 4 horas novamente um dia seguinte depois de precisar esperar pelo atendimento e ser transferida
Estudante teve de esperar por mais de 4 horas novamente um dia seguinte depois de precisar esperar pelo atendimento e ser transferida   Foto: Arquivo pessoal

Resposta


Em nota, a Secretaria de Saúde de Santos informou que o caso citado foi regulado como de prioridade média pelo Samu. Devido à grande procura registrada na segunda (21), quando os chamados do SAMU foram cerca de 40% superior a média, outros casos classificados como de risco iminente de vida na região precisaram ser priorizados, entre eles um acidente vascular encefálico.


A Fundação ABC, gestora da UPA Central, informou que o aparelho de raio-x digital apresentou problemas na noite de domingo (20) e precisou ser substituído. A substituição ocorreu na segunda-feira e o novo equipamento já estava em funcionamento normal na terça.


Ao longo da segunda-feira, no período em que foi realizada a substituição, os pacientes puderam realizar o exame na UPA Zona Leste. A ambulância da UPA Central esteve à disposição para realizar os deslocamentos, com prioridade para os pacientes acamados, com fraturas ou com dificuldades de locomoção.


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