Há um ano lutando contra câncer, jovem de Santos pede ajuda para custear exames pré-operatórios

Em meio a pandemia de covid-19, Willian terá que realizar cirurgias nos pulmões: 'Pandemia me preocupa demais'

Por: Ágata Luz  -  27/04/21  -  11:17
   Willian passou por quimioterapia entre janeiro e novembro de 2020
Willian passou por quimioterapia entre janeiro e novembro de 2020   Foto: Arquivo Pessoal

Dos 28 anos do auxiliar administrativo Willian Mendes Pinheiro Chagas, os últimos um ano e cinco meses vêm sendo de muitas batalhas. Isso porque o morador de Santos descobriu um tumor maligno no testículo direito em novembro de 2019. Os nódulos se espalharam pelo abdômen e, além de cirurgia, ele passou por quimioterapia. Porém, em plena pandemia de Covid-19, Willian descobriu novos nódulos espalhados também pelos pulmões. Agora, o auxiliar administrativo pede ajuda para arcar com os custos de exames pré-operatórios para realizar a operação nos pulmões: “Só um custa em média R$ 4 mil”.


Clique e Assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe acesso completo ao Portal e dezenas de descontos em lojas, restaurantes e serviços!


Ao descobrir o tumor no testículo, Willian conta que precisou de cirurgia para retirada: “Pela demora da descoberta já estava avançado e necrosado, então operei”. Os nódulos no abdômen foram descobertos na mesma época e em janeiro de 2020, o jovem iniciou tratamento por quimioterapia. “Fiz até novembro de 2020, quando a médica decidiu deixar meu corpo descansar um pouco. Minhas quimioterapias duravam de sete a oito horas por dia”, explica.


Nos intervalos das quimioterapias, o auxiliar administrativo fazia exames, onde foram constatados mais nódulos se espalhando para os pulmões, quando os médicos optaram por operar. “De início seria uma única cirurgia simples que iria retirar todos, mas o médico achou um linfoma que está grudado a uma das paredes do meu pulmão direito, portanto agora serão duas cirurgias”, relata.


“Sempre fui um rapaz ativo, pedalava e caminhava na praia. Agora mal consigo dar alguns passos que já me canso rápido”, desabafa Willian. Apesar de residir em Santos, o auxiliar administrativo realiza o tratamento no Instituto do Câncer Dr. Arnaldo, em São Paulo. Para ir em consultas, ele utiliza transporte público, o que causa preocupação diante da pandemia de Covid-19. “A pandemia me preocupa demais, pois estou com os pulmões comprometidos e quando me desloco pra alguma consulta preciso pegar ônibus e metrô porque não temos veículo”, destaca.


Apesar do medo, Willian luta todos os dias pelo seu tratamento e com incentivo de amigos, resolveu criar uma vaquinha virtual para reunir o dinheiro e realizar os exames pela rede particular: “No hospital em que me trato eles não são feitos”.


Os exames que Willian precisa são PET-CT (traduzidas como Tomografia por Emissão de Pósitrons e Tomografia Computadorizada), Ecocardiograma e Espirometria. “Eles vão operar um lado e depois o outro, só que no pulmão direito pelo nódulo estar grudado, irão remover um pedaço do pulmão. Por isso os médicos pediram alguns exames para serem feitos com urgência”, enfatiza o jovem.


De acordo com Willian, o hospital deu o prazo de 30 dias para o exame PET-CT: “O médico disse que se eu perder o prazo da consulta e demorar para operar, depois eles não vão conseguir fazer a cirurgia mais e eu terei que voltar para as quimioterapias”.


Sem enxergar saídas, Willian postou um desabafo nas redes sociais: “Disse que se eu não morresse pela doença, eu iria morrer pela demora de um atendimento, que essa doença não iria esperar a data que eles iam disponibilizar para mim”. Desta forma, os amigos se mobilizaram para que o auxiliar administrativo fizesse uma vaquinha virtual: “Como eu já havia comentado que eu poderia fazer esses exames no particular, alguns amigos deram a ideia da vaquinha”, conta.


Problemas além da saúde


Além do dinheiro necessário para os exames, o auxiliar administrativo também gasta com o transporte São Paulo-Santos. “É tudo com dinheiro de bico ou muitas vezes emprestado”, diz. De acordo com Willian, ele não consegue se afastar pelo INSS por falta de contribuição, mas também não recebe salário da empresa em que é registrado: “Então fico sem receber da empresa e do INSS”.


Em meio aos problemas, o jovem admite estar confuso. “Meus sentimentos estão todos bagunçados, por um lado estou muito feliz pelo apoio que tenho da minha família e amigos, por outro triste com a realidade que vivemos e a forma que alguns hospitais estão”, explica.


Perigo silencioso


Willian alerta a população para os perigos do câncer, já que ele não sentiu sintomas até descobrir o primeiro tumor e seguir com uma rotina de quimioterapia e cirurgias. “Não tive muitos sintomas, pelo que os médicos me disseram essa é uma doença silenciosa que estava me matando por dentro”, relata. O único sinal sentido pelo jovem foi dor na barriga durante um dia de trabalho: “no horário de almoço senti uma dor muito forte, foi quando tudo começou”.


Logo A Tribuna