'Deixo a Câmara Municipal de Santos preparada para os próximos 100 anos', diz Rui de Rosis

Presidente do Legislativo fez um balanço do mandato à frente da Casa

Por: Bruno Gutierrez  -  19/12/20  -  11:24
Rui de Rosis foi o terceiro da família a assumir a presidência da Câmara de Santos
Rui de Rosis foi o terceiro da família a assumir a presidência da Câmara de Santos   Foto: Divulgação

Rui de Rosis (PSL) vem de uma família com história na Câmara de Santos. O pai, Oswaldo Carvalho de Rosis exerceu consecutivos mandatos de vereador de 1964 a 1986, sendo presidente do Legislativo por duas vezes. O irmão, Marcus Vinícius Gomes de Rosis, chefiou o Legislativo por quatro vezes (duas consecutivas), e era presidente quando faleceu, em 2015, após sofrer um infarto. Em seu primeiro mandato como parlamentar, Rui de Rosis assumiu a presidência da Casa em 2019 e garante ter feito o necessário para deixar a Câmara preparada para os próximos 100 anos. Nesta entrevista, o vereador realiza um balanço do mandato como chefe do Legislativo santista.


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Como o senhor avalia a passagem pela presidência da Câmara de Santos?


Avalio como muito positiva. Assumi a Câmara num momento de negação da política e tinha o desafio de aproximar a população do Legislativo Santista e tenho a certeza do dever cumprido. Implementamos um conjunto de ações, que eu chamo de "Câmara de Portas Abertas", que conseguiu essa aproximação. Hoje, as discussões feitas em plenário atingem toda a população e o processo decisório é diretamente afetado pela opinião popular.


Quais principais pontos o senhor destaca em relação ao mandato como presidente da Santos?


A meta sempre foi colocar em prática uma gestão eficiente e austera. Tínhamos o lema de “fazer muito mais com muito menos”, e o trabalho foi direcionado nesse sentido.


Foram R$70 milhões devolvidos em apenas 2 anos, um recorde histórico para a Câmara Municipal. E conseguimos essa devolução sem deixar de fazer o necessário para que a Câmara esteja preparada para os próximos 100 anos. Como exemplo, posso citar a implementação dos processos digitais, que permitirão em breve a abolição da utilização de papéis e a instalação das placas solares, que vão gerar uma economia de quase R$ 200 mil ao ano.


Cortamos tudo o que era supérfluo e combatemos a politicagem através do corte de grande parte dos cargos comissionados. Tudo isso para valorizar o funcionário público, focando na eficiência dos serviços prestados.


Ainda com relação à aproximação entre Câmara Municipal e os cidadãos, criamos a Escola do Legislativo. O projeto oferece cursos gratuitos à população, principalmente no que tange à formação política e da cidadania. A ideia é formar novas lideranças políticas, fortalecendo a democracia.


Tudo isso sem deixar de cumprir as funções típicas da Câmara. Neste biênio foram mais de 31 mil trabalhos apresentados, sempre no sentido de melhorar e engrandecer nossa cidade.


Esta foi a sétima vez que um "de Rosis" esteve a frente da Câmara de Santos. Inclusive, o plenário leva o nome do seu pai. Como o senhor enxerga a dinastia de Rosis na Câmara?


Eu, meu pai e meu irmão temos uma característica em comum, que sempre permeou nossas ações: a retidão de caráter. Para mim, é uma grande responsabilidade sentar na cadeira de presidente, com o nome do meu pai às minhas costas e lembrar da bonita história que ele escreveu. Também é uma honra herdar o legado do meu irmão e ver o quando ele fui justo e leal com todos os que conviveram com ele nos seus anos de vereança.


Mas é necessário avançar sempre, e eu não poderia me contentar com o que eles fizeram. Trilhei um caminho próprio, com meus ideais e pontos de vista. Com os exemplos de meu pai e irmão como norteadores, escrevi e sigo escrevendo a minha história.


Houve algum ponto que o senhor queria ter avançado, mas que não foi possível?


Em meados de 2019 conseguimos que a prefeitura nos cedesse a Escola Acácio de Paula Leite Sampaio, um marco arquitetônico da nossa cidade, que estava abandonado há muitos anos. A ideia era restaurá-lo, para que fosse sede da Escola do Legislativo. Com a infeliz chegada da pandemia, achamos por bem reverter todo o orçamento desse projeto para auxiliar na saúde de Santos. Não me arrependo, pois tenho certeza que essa manobra financeira salvou muitas vidas. De qualquer forma, ainda tenho o sonho de ver o Acácio de Paula reformado e servindo à população. Já conversei, inclusive, com o próximo presidente da Câmara, que me garantiu que dará seguimento a esse projeto.


Qual o legado que o senhor deixa para o próximo presidente da Câmara?


Como disse anteriormente, deixo a Câmara Municipal de Santos preparada para os próximos 100 anos. Estamos bastante atualizados em termos tecnológicos, temos uma estrutura de recursos humanos capacitada e a parte financeira completamente austera.


A política vem mudando ao longo dos anos e era necessário que a Câmara Municipal acompanhasse essa mudança. Conseguimos implementar ações e processos que tiraram o aspecto sisudo da Câmara, chamando o povo para as discussões e fortalecendo a democracia.


Entrego uma Câmara mais enxuta e eficiente, mais popular e mais acessível ao povo. E isso era exatamente o que eu pretendia quando assumi a presidência em janeiro de 2019.


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