'Deixo a Câmara Municipal de Santos preparada para os próximos 100 anos', diz Rui de Rosis
Presidente do Legislativo fez um balanço do mandato à frente da Casa
Rui de Rosis (PSL) vem de uma família com história na Câmara de Santos. O pai, Oswaldo Carvalho de Rosis exerceu consecutivos mandatos de vereador de 1964 a 1986, sendo presidente do Legislativo por duas vezes. O irmão, Marcus Vinícius Gomes de Rosis, chefiou o Legislativo por quatro vezes (duas consecutivas), e era presidente quando faleceu, em 2015, após sofrer um infarto. Em seu primeiro mandato como parlamentar, Rui de Rosis assumiu a presidência da Casa em 2019 e garante ter feito o necessário para deixar a Câmara preparada para os próximos 100 anos. Nesta entrevista, o vereador realiza um balanço do mandato como chefe do Legislativo santista.
Como o senhor avalia a passagem pela presidência da Câmara de Santos?
Avalio como muito positiva. Assumi a Câmara num momento de negação da política e tinha o desafio de aproximar a população do Legislativo Santista e tenho a certeza do dever cumprido. Implementamos um conjunto de ações, que eu chamo de "Câmara de Portas Abertas", que conseguiu essa aproximação. Hoje, as discussões feitas em plenário atingem toda a população e o processo decisório é diretamente afetado pela opinião popular.
Quais principais pontos o senhor destaca em relação ao mandato como presidente da Santos?
A meta sempre foi colocar em prática uma gestão eficiente e austera. Tínhamos o lema de “fazer muito mais com muito menos”, e o trabalho foi direcionado nesse sentido.
Foram R$70 milhões devolvidos em apenas 2 anos, um recorde histórico para a Câmara Municipal. E conseguimos essa devolução sem deixar de fazer o necessário para que a Câmara esteja preparada para os próximos 100 anos. Como exemplo, posso citar a implementação dos processos digitais, que permitirão em breve a abolição da utilização de papéis e a instalação das placas solares, que vão gerar uma economia de quase R$ 200 mil ao ano.
Cortamos tudo o que era supérfluo e combatemos a politicagem através do corte de grande parte dos cargos comissionados. Tudo isso para valorizar o funcionário público, focando na eficiência dos serviços prestados.
Ainda com relação à aproximação entre Câmara Municipal e os cidadãos, criamos a Escola do Legislativo. O projeto oferece cursos gratuitos à população, principalmente no que tange à formação política e da cidadania. A ideia é formar novas lideranças políticas, fortalecendo a democracia.
Tudo isso sem deixar de cumprir as funções típicas da Câmara. Neste biênio foram mais de 31 mil trabalhos apresentados, sempre no sentido de melhorar e engrandecer nossa cidade.
Esta foi a sétima vez que um "de Rosis" esteve a frente da Câmara de Santos. Inclusive, o plenário leva o nome do seu pai. Como o senhor enxerga a dinastia de Rosis na Câmara?
Eu, meu pai e meu irmão temos uma característica em comum, que sempre permeou nossas ações: a retidão de caráter. Para mim, é uma grande responsabilidade sentar na cadeira de presidente, com o nome do meu pai às minhas costas e lembrar da bonita história que ele escreveu. Também é uma honra herdar o legado do meu irmão e ver o quando ele fui justo e leal com todos os que conviveram com ele nos seus anos de vereança.
Mas é necessário avançar sempre, e eu não poderia me contentar com o que eles fizeram. Trilhei um caminho próprio, com meus ideais e pontos de vista. Com os exemplos de meu pai e irmão como norteadores, escrevi e sigo escrevendo a minha história.
Houve algum ponto que o senhor queria ter avançado, mas que não foi possível?
Em meados de 2019 conseguimos que a prefeitura nos cedesse a Escola Acácio de Paula Leite Sampaio, um marco arquitetônico da nossa cidade, que estava abandonado há muitos anos. A ideia era restaurá-lo, para que fosse sede da Escola do Legislativo. Com a infeliz chegada da pandemia, achamos por bem reverter todo o orçamento desse projeto para auxiliar na saúde de Santos. Não me arrependo, pois tenho certeza que essa manobra financeira salvou muitas vidas. De qualquer forma, ainda tenho o sonho de ver o Acácio de Paula reformado e servindo à população. Já conversei, inclusive, com o próximo presidente da Câmara, que me garantiu que dará seguimento a esse projeto.
Qual o legado que o senhor deixa para o próximo presidente da Câmara?
Como disse anteriormente, deixo a Câmara Municipal de Santos preparada para os próximos 100 anos. Estamos bastante atualizados em termos tecnológicos, temos uma estrutura de recursos humanos capacitada e a parte financeira completamente austera.
A política vem mudando ao longo dos anos e era necessário que a Câmara Municipal acompanhasse essa mudança. Conseguimos implementar ações e processos que tiraram o aspecto sisudo da Câmara, chamando o povo para as discussões e fortalecendo a democracia.
Entrego uma Câmara mais enxuta e eficiente, mais popular e mais acessível ao povo. E isso era exatamente o que eu pretendia quando assumi a presidência em janeiro de 2019.