Deficientes visuais de Santos têm cuidados redobrados na pandemia: 'Usamos muito as mãos'; VÍDEO

Lar das Moças Cegas adere ao modelo híbrido e dá exemplo de protocolos de segurança com retorno das atividades

Por: Jordana Langella  -  04/06/21  -  09:48
       Lar das Moças Cegas contorna dificuldades da pandemia
Lar das Moças Cegas contorna dificuldades da pandemia   Foto: Arquivo Pessoal

Se a pandemia alterou a rotina e redobrou os cuidados com a saúde de todos, com as pessoas com deficiência visual não foi diferente. A equipe de ATribuna.com.br visitou o Lar das Moças Cegas, em Santos, referência na inclusão dos deficientes visuais para mostrar como tem sido o dia a dia de aulas e tratamentos terapêuticos durante retorno presencial gradual.Confira a videorreportagem abaixo.



Segundo o presidente do Lar das Moças Cegas, Antonio Carlos Gomes, a falta de atividades para fazer em casa é um complicador para as pessoas com deficiência visual, intensificado pelo isolamento. “O deficiente visual tem que ter o que fazer, caso contrário, ele fica em casa, sentado na sala ou na cozinha, sem nada para fazer e muitos estavam sofrendo com isso. Então, o nosso trabalho é colocar o deficiente visual como igual a todos, tendo as mesmas oportunidades".


Neste sentido, uma das psicólogas da instituição, Rosaura Tucci, explica que a solidão é uma das principais queixas de quem sofre de cegueira ou perde parte da visão e, por isso, a socialização é essencial para a reabilitação e convívio em sociedade. “Eles sentem uma solidão por estarem só com eles, dentro deles, por não olharem para o mundo. Reclamam de enxergar tudo escuro e a pandemia fez com que isso ficasse ainda mais sensível”.


Agora, durante o retorno gradual das aulas e atividades presenciais do Lar das Moças Cegas, como culinária, música e braile, além da saúde mental e educação que já eram foco de atenção durante os encontros remotos, a atenção com a saúde dos assistidos é redobrada.


De acordo com a fisioterapeuta Arine Tabosa, que precisa do contato físico para fazer seu trabalho, todos os protocolos de segurança estão sendo seguidos no Lar das Moças Cegas. “Nós usamos jaleco descartável, luva, face shield e máscara. Toda nossa equipe está bem preparada nesse sentido para atender as crianças e adultos da instituição”.


E, além de todos esses cuidados, os assistidos receberam treinamento específico para o momento com o objetivo de evitar a proximidade física com outras pessoas... “Nós que somos deficientes visuais usamos muito as mãos, então aprendemos comandos de sinalização, como direita, esquerda, para trás e para frente. Além disso, usamos álcool em gel e sempre precisamos ter pelo menos três máscaras para garantir a proteção total”, explicou Marcos Tadeu Júnior, um dos assistidos da instituição.


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