De geração a geração, pastel de feira continua amado por santistas: 'Tradição'
Equipe de A Tribuna entrevistou feirantes e clientes para traçar relação entre moradores e iguaria
Já virou “tradição” o hábito do santista de ir até uma feira de rua para comprar um pastel. Mas a relação é ainda mais densa, uma vez que não apenas o hábito costuma ser passado de pai para filho, mas também as próprias barracas, que carregam longas histórias familiares. Pensando nisso, a equipe de A Tribuna foi até uma feira da cidade para contar mais sobre a ligação que une entes queridos, rendas familiares e muito sabor. Confira na videorreportagem abaixo.
Em entrevista na feira livre localizada na Rua Osvaldo Cruz, o proprietário da barraca “Oshiro Pastéis”, Marcelo Oshiro, explicou que a atividade atravessou três gerações de sua família. “Minha avó veio do Japão e, assim, começou nosso trabalho na feira. Depois, veio a minha mãe e o meu tio”, explica Oshiro, que hoje ocupa o cargo de comando.
E até quem mora fora da cidade pode se apaixonar. O motorista Júlio Cesar Fernandes costuma se programar para marcar presença nas feiras de Santos. “Faço questão de parar para comprar o pastel deles, que é muito bom. Estou virando um cliente fiel”, diz. “Tem um sabor maravilhoso”.
Por sua vez, o feirante Luiz Kanachiro trabalha há cerca de 10 anos no ponto conhecido como “Barraca da Teresa” e também tem uma história familiar ligada ao comércio. “A barraca pertenceu ao meu tio e, depois, ao meu primo, então, temos mais de 20 anos aqui”, explica o pasteleiro, que segue na empreitada como funcionário mesmo após a venda do estabelecimento nesse ‘meio-tempo’.
Perguntados sobre a relação do cidadão santista com o pastel de feira, falaram sobre a ‘tradição’ fortalecida ao longo dos anos. “Eles têm uma paixão, né? O pastel da feira é diferente do que fazem em casa ou em outros estabelecimentos comerciais pelo gosto e tradição”, afirma Kanachiro.
Oshiro também exaltou a fidelidade dos clientes locais. “É uma tradição em Santos. Na feira, o pessoal faz as compras, mas dá um ‘pit stop’ (pausa) e come um pastelzinho para energizar”.
E os clientes não pensam diferente. A funcionária pública Claudia Dutra contou que está presente nas barracas de pastéis em todas as terças-feiras, uma vez que seu marido e filhos são ‘fãs’ do alimento.
“Eu acho que [a tradição] vem de longa data. Desde pequena, como pastel. A minha mãe também costumava comprar”, afirma. “Sobre o pastel de feira, mais tradicional que isso, não tem”.
O corretor de imóveis Gilberto Kamiaya também mantém o hábito de compra. “É muito bom, viu? Venho sempre aqui. Toda terça-feira, passo para comprar alguns pasteizinhos lá pra casa”.
