Covid-19: Santos intensifica trabalho social com população de rua devido a pandemia
Com o fechamento do jardim da praia, em razão das medidas de distanciamento social, muitas pessoas em situação de rua migraram da orla para os bairros próximos
Um problema que já era crônico em Santos se tornou ainda pior com a pandemia do novo coronavírus: as pessoas em situação de rua. Sobrevivendo em condições precárias, esta população se expõe ainda mais ao risco de contrair ou transmitir a doença, diante da falta de um teto e de alimentação e condições sanitárias adequadas.
Com o fechamento do jardim da praia, em razão das medidas de distanciamento social, muitas pessoas em situação de rua migraram da orla para os bairros próximos. E, durante o dia ou à noite, usam as marquises de lojas comerciais para se abrigar, improvisando um espaço para dormir.
Com menos gente circulando nas ruas e a maioria de restaurantes e bares fechados por conta da quarentena, também diminuiu a possibilidade desses moradores conseguirem dinheiro ou pedirem comida para deixar o dia menos indigesto e sofrido.
Prefeitura responde
Diante do preocupante panorama, a Prefeitura de Santos garantiu, em nota enviada para A Tribuna, que a Secretaria de Desenvolvimento Social “vem intensificando o trabalho voltado a pessoas em situação de rua do Município”.
Desde a interdição do calçadão da orla, as equipes da Guarda Civil abordam diariamente essas pessoas. Usando equipamentos de proteção, os guardas aferem a temperatura do morador e acionam o Samu se ele apresentar sintomas da covid-19 .
A Cidade, diz a nota, “conta com quatro serviços de acolhimento (incluindo conveniados) e com um abrigo voltado a calamidade e emergência, com 50 vagas destinadas a essa população, com três baias para cães”.
A Prefeitura informou que esses locais dispõem de 234 vagas às pessoas em situação de rua. A ocupação ficaria entre 65% e 75%.
As chamadas Equipes de Abordagem da Secretaria de Desenvolvimento Social fazem o trabalho de convencimento com as pessoas nas ruas para posterior encaminhamento a uma das unidades. A Prefeitura lembrou, no entanto, que a pessoa tem que aceitar o acolhimento, não podendo ser forçada a sair da rua.
Os munícipes podem acionar as equipes através do telefone 0800-177766, que “atenderão as demandas consideradas prioritárias, de acordo com critério técnico, e também realizarão orientações ao público-alvo”. Tudo isso para prevenção à covid-19.