Comerciantes de barracas de praia enfrentam crise sem poder trabalhar em Santos

Pandemia paralisou serviços nas barracas de praia e trabalhadores aguardam liberação da prefeitura para voltar à ativa

Por: Marcela Ferreira  -  03/10/20  -  19:12
Santos registrou novos casos confirmados de coronavírus nesta terça-feira
Santos registrou novos casos confirmados de coronavírus nesta terça-feira   Foto: Carlos Nogueira/AT

Um dos diversos setores que precisou paralisar as atividades por conta da pandemia do novo coronavírus foi o de barracas de praia, que oferecem alimentação, bebidas e até organizam festas. Sem espaço no ‘novo normal’, os trabalhadores e proprietários deste tipo de serviço lutam para sair do prejuízo em Santos.


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Uma proprietária de duas barracas na praia do Boqueirão, em Santos, relata que tem tido dificuldades para manter a casa e sustentar a família com o corte que sofreu nos lucros, já que está sem trabalhar desde o dia 8 de março. “Sou autônoma há 20 anos e tenho duas barracas de empresas em meu nome. Nós recebemos um salário para montagem e transporte das barracas e exploramos o bar. Uma das empresas continua me pagando porque tenho um acordo como autônoma, mas a outra suspendeu o contrato, o que pesou muito”, diz.


A profissional ainda conta que precisou se desfazer de grande parte do estoque de alimentos, bebidas e materiais para o preparo das comidas servidas nas barracas. Ela explica que tinha eventos agendados em ambas as barracas para todos os finais de semana de março, mas precisou cancelar por conta das normas impostas pela pandemia.


“Eu tinha vários churrascos agendados, tenho clientes que fazem aniversários e festas, e eu tinha todos os finais de semana agendados nas duas barracas com um estoque imenso, e perdi tudo. Por causa da pandemia deixei as barracas em um estacionamento, que estou pagando. No fim de julho, quando deu uma melhorada nos casos de covid-19, fomos até o estoque e muita coisa acabamos perdendo”, lamenta.


Os vendedores ambulantes tiveram o trabalho liberado no dia 26 de agosto em Santos (Decreto nº 9.059). Já as barracas, segundo esperado pelos trabalhadores da área, só devem retornar às atividades quando a cidade evoluir para a fase verde do Plano São Paulo, que prevê as medidas de flexibilização do comércio em todo o estado.


“O que eu não entendo é por que os bares e restaurantes puderam abrir, e na praia não. Por outro lado ficamos receosos de voltar porque os turistas não têm respeitado. A gente quer voltar, mas voltar com segurança. Temos como trabalhar com produtos descartáveis e manter o distanciamento na barraca, que tem uma metragem boa. É lógico que não vamos fazer eventos como tínhamos todo fim de semana, isso vai demorar um pouco, mas não dá para entender o por que das barracas não terem voltado ainda”, desabafa a proprietária.


A Prefeitura de Santos esclarece que o retorno será reavaliado quando a Baixada Santista estiver na fase verde do Plano São Paulo, mediante a estabilidade de novos casos. No momento, o retorno está descartado.


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