Com cemitérios fechados, pandemia muda planos para o Dia de Finados
Cemitérios de Santos e Cubatão estão fechados para visitas, sem previsão de reabertura
As prefeituras da região ainda buscam alternativas para celebrar o Dia de Finados, no próximo dia 2, por conta da covid-19. Há o temor de que a visitação em massa de parentes aos entes queridos acabe gerando aglomerações em torno dos túmulos, favorecendo a disseminação do novo coronavírus. Contudo, religiosos e psicólogos explicam as limitações físicas não afetam o propósito da data.
Em Cubatão e Santos, por exemplo, os cemitérios municipais estão fechados desde o começo da pandemia para visitação. Já em Guarujá, o funcionamento não foi interrompido e os protocolos de segurança precisam ser respeitados, como o uso de máscaras e o distanciamento social.
Até o momento, nenhuma cidade confirmou celebrações para o feriado, daqui a duas semanas. Em Santos, os cemitérios realizam, hoje, somente sepultamentos, exumações e serviços administrativos pré-agendados, como preenchimento de requerimentos e regularização de processos.
Reflexão
A data é, de acordo com religioso, um momento referencial dos mais importantes. Segundo o padre Claudenil Moraes da Silva, da Igreja do Bom Jesus, na Ilha Diana, em Santos, o túmulo talvez seja o último sinal que a sociedade tem dos entes queridos, consolidando-se ao longo do tempo como referência que traz a boa lembrança dos que já partiram.
“No Finados, é dia de recordar que a vida tem sentido e é passageira, mas a vida pós-morte é eterna. Por isso, celebrar os entes tem muito sentido. A saudade nos faz olhar para trás e a esperança, para frente”.
Quanto à possibilidade dos cemitérios não terem celebrações no próximo dia 2, o padre ressalta que o momento exige adaptação física, mas sentimentalmente é possível continuar celebrando o Dia de Finados. “Nossa vida é cíclica. Celebraremos nossos queridos falecidos, aqueles que deram uma finalidade para a vida, nascendo em Deus e voltando ao coração d'Ele”.
Olhar
O psicólogo Bruno Farias explica que, mais do que nunca, será necessário às pessoas lidar com a flexibilidade.
“É preciso aprender que provavelmente não poderemos ir aos cemitérios este ano. Mas o que importa é que nosso amor esteja presente. A pessoa que amamos não está no cemitério, e sim em nossos corações. Então, podemos visitá-la, não em forma física, mas por meio de nossos corações”.
Pode até haver um mal-estar natural pela situação, no entanto, as limitações devem ser encaradas como uma medida de proteção para resguardar a todos os ligados a quem faleceu. “Ser agradecido por estar vivo, no meio de uma pandemia, é uma forma de achar o equilíbrio para viver essa fase de uma forma muito mais saudável, de cabeça erguida e coração aberto”.