Com 18 mil selos, morador de Santos fala da paixão pela filatelia: 'Pedaço da história nas mãos'
Roberto Pires conta como começou a colecionar os selos e o que o hobby o proporcionou
Atualizado em 02/07/21 - 10:04
Os selos são uma paixão para o engenheiro civil aposentado Roberto Antônio Pires, de 69 anos. Em pouco mais de meio século, o morador de Santos conta que sua coleção saltou de apenas três unidades para cerca de 18 mil. Um número que impressiona e o motiva, ainda mais por vir acompanhado de muitas histórias descobertas por trás de cada item e as amizades que acabou fazendo ao longo dessa trajetória.
"Cada selo tem uma história, você vai vendo, pesquisa e descobre coisas muito interessantes. É um pedaço da história em nossas mãos", explica.
A paixão pelos selos vem de família. Ele, que sempre gostou de colecionar, conta que os primeiros itens foram dados por um tio português, quando Pires tinha apenas 13 anos. "Eu sempre falo que esses três selos que eu ganhei do meu tio me marcaram muito. Eles foram o começo da minha coleção".
Ao longo do tempo, o aposentado viu a prática perder força, mas tem conseguido contato com pessoas de todo o mundo devido ao avanço da tecnologia. E sua coleção é das mais democráticas, com selos de diversos segmentos - há filatelistas que gostam de se ater a unidades de determinada área.
Para reunir selos de países, ele costuma receber materiais dos parentes que vão ao exterior. Mas uma das paixões de Pires são os selos de navios e embarcações. Ele conta que passou a admirá-los quando visitou Santos pela primeira vez, aos 10 anos, época em que morava em Campinas (SP). Desde então, tinha o sonho de fincar raízes na região, algo concretizado há nove anos. "Os navios daquela época me fizeram colecionar mais selos".
Tradição
Desde a criação dos selos, em 1840, o ato de colecioná-los foi ganhando o gosto popular. Segundo o presidente da Associação dos Filatelistas Brasileiros (Filabras), Paulo Ananias Silva, a filatelia passou por vários momentos, mas o boom ocorreu com a criação dos clubes filatélicos, que alavancaram o colecionismo de selos.
No Brasil, o auge ocorreu entre as décadas de 1970 e 1990, com um grande número de emissões e tiragens de selos. Na pandemia, a filatelia voltou a ter adeptos, com o retorno de colecionadores que estavam parados e novos adeptos deste hobby de tradição, muitas vezes transmitido de geração a geração. "É algo que leva à interatividade e à convivência com outros filatelistas".
Eventos
Devido às medidas de isolamento social, os colecionadores de selos passaram a realizar exposições virtuais. A partir do dia 6 de julho, ocorrerá a terceira edição do evento Filananias, com uma exposição que será aberta ao público e terá votação pelo site.