Cine Arte de Santos é tema de curta-metragem: ‘é um cinema de resistência'; VÍDEO

Lumière à Beira-Mar mistura ficção com realidade, no formato de documentário poético

Por: Jordana Langella  -  12/05/21  -  23:28
Atualizado em 13/05/21 - 09:50
       Filmagem do curta-metragrem Lumière à Beira Mar
Filmagem do curta-metragrem Lumière à Beira Mar   Foto: Jordana Langella/ AT

Resgatar a relação afetiva dos santistas e cinéfilos com o Cine Arte de Santos é o tema de um curta-metragem em fase de produção, Lumière à Beira Mar, dirigido por Gustavo Brandão e Javier Arancibia Contreras, com previsão de estreia para o segundo semestre deste ano. Apaixonados pela sétima arte, os dois propõem um olhar sensível para o ponto cultural que celebrará 30 anos de existência no dia 8 de novembro.


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A equipe de ATribuna.com.br entrevistou os dois diretores do filme que contaram os detalhes da concepção e bastidores da filmagem. Confira a entrevista na íntegra na videorreportagem acima.


De acordo com os dois, a relação pessoal de cada um deles com o Posto 4, foi o grande motor para a realização do filme, aprovado por um edital da Facult (Fundo de Assistência à Cultura). “A primeira coisa que veio à nossa cabeça foi a memória emotiva, os momentos que passamos e os filmes que descobrimos aqui”, contou Gustavo sentado em uma das 43 poltronas que fazem parte da sala Rubens Ewald Filho.


O nome do espaço foi em homenagem ao reconhecido crítico de cinema nascido em Santos. Nos anos 1990, ele começou a escrever críticas de filmes no jornal A Tribuna. Rubens faleceu em 19 de junho de 19, aos 74 anos.


Mas não só a relação sentimental dos diretores está presente no filme, mas também a história do Cine Arte, que será materializada na narrativa, por meio de entrevistas com Clóvis da Silva, bilheteiro e projecionista desde a criação do “postinho”, como é conhecido popularmente, em 1991.


       Diretores Javier Contreras, Gustavo Brandão e produtora Denise Lara
Diretores Javier Contreras, Gustavo Brandão e produtora Denise Lara   Foto: Jordana Langella

Além disso, o curta também terá uma personagem criada, que ainda está em fase de concepção. “O Clóvis é o eixo fundamental do nosso documentário. E a outra parte é mais livre, a partir de um personagem ficcional, então a gente nem chama nosso curta de documentário, porque ele é uma simbiose do real com o fictício”, explicou Javier.


“É um documentário poético, pois fugimos da tradição dos documentários ‘talking reads’, que pegam vários pontos de vista e entrevistas. Nós mesclamos o depoimento real do Clóvis com a memória que temos do cinema, que será manifestada em uma voz em ‘off’, uma espécie de cineasta que volta para Santos, depois de viver fora da cidade”, acrescentou Brandão.


O cineasta também ressaltou que é um privilégio conseguir executar o filme, que para ele é sinônimo de resistência. “É um lugar que resiste há 30 anos, é o único espaço que promove a exibição de filmes alternativos dentro do circuito de cinemas de Santos. É uma resistência da arte, do cinema e do bom cinema. Em plena era do ‘streaming’ esse cinema ainda está de pé, recebendo o público, filmes e com ingressos acessíveis – R$3,00 (inteira) e R$1,50 (meia) - além de ter a visão da praia na saída. O Cinearte é monumental, por causa dessa resiliência”, finaliza.


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