Cetesb vai rever o andamento da segunda fase do VLT em Santos

Obra será autorizada por etapas "depois de assegurados os detalhes"

Por: Redação  -  13/07/22  -  19:22
A segunda parte das obras do VLT ligará a Avenida Conselheiro Nébias ao Valongo, em Santos
A segunda parte das obras do VLT ligará a Avenida Conselheiro Nébias ao Valongo, em Santos   Foto: Matheus Tagé/AT

O andamento da segunda fase do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) será autorizado por etapas, e não mais por inteiro. A Companhia Ambiental do Estado (Cetesb) informou na noite desta terça-feira (12), em nota, que “irá liberar novos trechos da obra depois de assegurados os detalhes dos projetos executivos e dos plano de comunicação social para cada uma das áreas afetadas com a instalação do VLT”.


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Na próxima semana, em dia não informado, membros da Cetesb terão reunião com representantes da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), do Estado, quando “serão definidos os lotes de evolução e as ações para as áreas que estão com as obras em curso”.


À TV Tribuna, a promotora de justiça Almachia Zwarg Acerbi, do Ministério Público do Estado (MP-SP), relatou que, na segunda-feira, se reuniu com representantes da Cetesb e da EMTU. Nesta terça (12), ela, que atua no Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema), se encontrou em Santos com vereadores e membros da Associação de Moradores e Comerciantes da Rua Campos Mello. No dia 1º, eles tinham visitado o ponto em obras e apontado problemas decorrentes dos serviços.


Entre os problemas contidos na execução do projeto de ampliação do VLT, estão a realocação de postes de energia elétrica sem estudo prévio, mudanças no projeto original sem debate, falhas na drenagem da Campos Melo e indefinição de onde ficarão as estações de embarque e desembarque do veículo.


“Diante do não cumprimento dessas condições e (com) tudo já registrado, documentado, o órgão ambiental (Cetesb) informou que vai suspender a licença para continuar essa obra desse jeito. Então, suspendendo a licença, eles (EMTU) vão ter que adequar, melhorar e fazer os estudos adequados”, disse Almachia.


A promotora reiterou “todo o sofrimento da população” e citou que “o Ministério Público sempre deixou claro que não queríamos entrar com ação para não atrasar a obra, até porque a obra já está atrasada”.


Ainda conforme Almachia, a Cetesb “vai acompanhar (o andamento do projeto) porque, como vocês viram, tem um monte de coisa que falta informação. Quem que vai autorizar eles prosseguirem quebrando, sem ter ainda a definição de vários pontos importantes que demandam algumas discussões? Então, a Cetesb vai ter essa estratégia, vai ter uma licença fragmentada”.


Em nota, a EMTU disse que “sempre esteve aberta a dialogar sobre as obras da segunda fase do projeto. As tratativas entre EMTU, Cetesb e MP seguem para que as obras sigam com as contribuições e melhorias possíveis. No momento, a EMTU aguarda as informações oficiais do Gaema para que a construtora seja acionada a realizar as correções indicadas”.


O projeto

O segundo trecho do VLT, entre a Avenida Conselheiro Nébias e o Valongo, terá investimento estadual de R$ 218 milhões e se prevê que comece a operar no final do ano. As obras têm sido realizadas até as 22 horas, mediante autorização concedida pela Prefeitura para acelerar o andamento dos trabalhos.


Com capacidade para transportar 35 mil pessoas por dia, o VLT ligará a Linha 1 Barreiros-Porto (a partir da estação Conselheiro Nébias) até a região central de Santos. Serão oito quilômetros de extensão e sete trens, com 14 estações.


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