Casa da Esperança de Santos completa 65 anos atendendo mais de 200 crianças por mês

Entidade atua na reabilitação de crianças com deficiência motora e intelectual

Por: Daniel Gois  -  07/08/22  -  06:46
Crianças com deficiência são assistidas na Casa da Esperança de Santos
Crianças com deficiência são assistidas na Casa da Esperança de Santos   Foto: Alexsander Ferraz/AT

São 65 anos atuando no tratamento de crianças e adolescentes com deficiências e proporcionando uma vida nova para os pacientes. Por mês, a Casa da Esperança de Santos (CES) atende 220 jovens, com tratamentos que vão desde fisioterapia até neurologia infantil. A entidade segue com o desafio de manter sua rede de doações para reverter os valores em prol dos tratamentos.


Clique, assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe centenas de benefícios!


Localizada na Rua Imperatriz Leopoldina, 15, na Ponta da Praia, a instituição completou 65 anos no dia 24 de julho. A Casa da Esperança recebe pessoas de 0 a 18 anos para habilitação e reabilitação, com período que pode variar de 6 meses a anos.


Os tratamentos incluem fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, psicologia, ortopedia, neurologia infantil, nutrição, odontologia, fisioterapia aquática e fisioterapia respiratória, além de integração sensorial.


A dona de casa Monique Christiane Barbosa Baptista, de 30 anos, moradora da Vila Mateo Bei, em São Vicente, leva a filha Helena, de 1 ano e 11 meses, duas vezes por semana para tratamento na Casa da Esperança. A menina nasceu com prematuridade extrema, de 27 semanas, e mielomeningocele, uma má formação congênita na coluna vertebral.


"Mudou muita coisa (desde que começou o tratamento, há mais de um ano). Quando a gente entrou, ela não sentava. Ela foi sentando, querendo aprender cada vez mais. Hoje ela engatinha. Agora ela está começando a dar os primeiros passos. Sem as terapias, seria muito difícil. Eu não saberia o que fazer. É um atendimento completo", diz Monique.


Além de crianças prematuras e com mielomeningocele, outras patologias atendidas são paralisia cerebral e síndrome de Down. Entre os documentos necessários estão certidão de nascimento do paciente, RG e CPF dos responsáveis, encaminhamento médico com diagnóstico, comprovante de residência e cartão do Sistema Único de Saúde (SUS).


Helena, de 1 ano e 11 meses, é uma das crianças assistidas
Helena, de 1 ano e 11 meses, é uma das crianças assistidas   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Desafios

O presidente da CES, Charles Ferreira Dias, afirma que a instituição busca manter sua rede de doações, que representa 50% da receita. O restante vem de parcerias e ações próprias, com um brechó onde são vendidas roupas, calçados e acessórios. Os ganhos são revertidos para a melhoria do atendimento e o mantimento do local.


"A Casa da Esperança de Santos tem sua receita, na grande maioria, vinda de doações da comunidade. Tem mudado muito o perfil do doador. Em décadas atrás, eram aquelas pessoas mais idosas que doavam valores em dinheiro. É um grande desafio conseguirmos atingir doadores mais novos. A necessidade da casa é garantir que a doação que vem da comunidade, que é aproximadamente 50% da receita, continue chegando", explica.


Qualquer valor pode ser doado através do site, por meio de cartão bancário, Pix ou boleto. Dias também cita a possibilidade de destinar valores pelo crédito da nota fiscal paulista, além da doação de roupas, acessórios, bolsas e calçados para venda no brechó. No caso de pessoa jurídica, há também a possibilidade da realização de eventos com renda revertida para a casa.


"É um legado de reabilitação, de (promover) um cotidiano melhor. A Casa reabilita e habilita crianças com deficiências motoras e intelectuais. Ela transforma a vida dessas crianças e também das famílias. Essa reabilitação deixa a criança melhor inserida na sociedade. Ela consegue ter melhor mobilidade, intelecto, melhor aproveitamento de tudo que existe na comunidade e no ambiente familiar", afirma o presidente da CES.


Charles Dias, presidente da Casa da Esperança de Santos, aponta desafio na manutenção de doadores
Charles Dias, presidente da Casa da Esperança de Santos, aponta desafio na manutenção de doadores   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Logo A Tribuna