Casa da Esperança de Santos completa 65 anos atendendo mais de 200 crianças por mês
Entidade atua na reabilitação de crianças com deficiência motora e intelectual
São 65 anos atuando no tratamento de crianças e adolescentes com deficiências e proporcionando uma vida nova para os pacientes. Por mês, a Casa da Esperança de Santos (CES) atende 220 jovens, com tratamentos que vão desde fisioterapia até neurologia infantil. A entidade segue com o desafio de manter sua rede de doações para reverter os valores em prol dos tratamentos.
Localizada na Rua Imperatriz Leopoldina, 15, na Ponta da Praia, a instituição completou 65 anos no dia 24 de julho. A Casa da Esperança recebe pessoas de 0 a 18 anos para habilitação e reabilitação, com período que pode variar de 6 meses a anos.
Os tratamentos incluem fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, psicologia, ortopedia, neurologia infantil, nutrição, odontologia, fisioterapia aquática e fisioterapia respiratória, além de integração sensorial.
A dona de casa Monique Christiane Barbosa Baptista, de 30 anos, moradora da Vila Mateo Bei, em São Vicente, leva a filha Helena, de 1 ano e 11 meses, duas vezes por semana para tratamento na Casa da Esperança. A menina nasceu com prematuridade extrema, de 27 semanas, e mielomeningocele, uma má formação congênita na coluna vertebral.
"Mudou muita coisa (desde que começou o tratamento, há mais de um ano). Quando a gente entrou, ela não sentava. Ela foi sentando, querendo aprender cada vez mais. Hoje ela engatinha. Agora ela está começando a dar os primeiros passos. Sem as terapias, seria muito difícil. Eu não saberia o que fazer. É um atendimento completo", diz Monique.
Além de crianças prematuras e com mielomeningocele, outras patologias atendidas são paralisia cerebral e síndrome de Down. Entre os documentos necessários estão certidão de nascimento do paciente, RG e CPF dos responsáveis, encaminhamento médico com diagnóstico, comprovante de residência e cartão do Sistema Único de Saúde (SUS).
Desafios
O presidente da CES, Charles Ferreira Dias, afirma que a instituição busca manter sua rede de doações, que representa 50% da receita. O restante vem de parcerias e ações próprias, com um brechó onde são vendidas roupas, calçados e acessórios. Os ganhos são revertidos para a melhoria do atendimento e o mantimento do local.
"A Casa da Esperança de Santos tem sua receita, na grande maioria, vinda de doações da comunidade. Tem mudado muito o perfil do doador. Em décadas atrás, eram aquelas pessoas mais idosas que doavam valores em dinheiro. É um grande desafio conseguirmos atingir doadores mais novos. A necessidade da casa é garantir que a doação que vem da comunidade, que é aproximadamente 50% da receita, continue chegando", explica.
Qualquer valor pode ser doado através do site, por meio de cartão bancário, Pix ou boleto. Dias também cita a possibilidade de destinar valores pelo crédito da nota fiscal paulista, além da doação de roupas, acessórios, bolsas e calçados para venda no brechó. No caso de pessoa jurídica, há também a possibilidade da realização de eventos com renda revertida para a casa.
"É um legado de reabilitação, de (promover) um cotidiano melhor. A Casa reabilita e habilita crianças com deficiências motoras e intelectuais. Ela transforma a vida dessas crianças e também das famílias. Essa reabilitação deixa a criança melhor inserida na sociedade. Ela consegue ter melhor mobilidade, intelecto, melhor aproveitamento de tudo que existe na comunidade e no ambiente familiar", afirma o presidente da CES.