Caminhada em Santos celebra pessoas com síndrome de Down e promove inclusão

Passeio foi realizado neste domingo na Ponta da Praia

Por: Júnior Batista  -  27/03/22  -  20:37
Quanto mais se conhece o que é a Síndrome de Down, menor é o espaço para o preconceito, afirma organizadora do evento
Quanto mais se conhece o que é a Síndrome de Down, menor é o espaço para o preconceito, afirma organizadora do evento   Foto: Matheus Tagé/AT

Um grupo de mães fez neste domingo (27), na Ponta da Praia, em Santos, uma caminhada em homenagem ao Dia Internacional da Síndrome de Down. A data é comemorada em 21 de março, mas o passeio foi reagendado porque havia chovido no domingo anterior.


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A iniciativa, em Santos, foi de Cristina Atanis, com ajuda de Denilze Lourenço e Eliane Pimenta. O objetivo do movimento é celebrar a vida das pessoas com a síndrome e disseminar informações para promover a inclusão, reduzindo a origem do preconceito, que é a falta de informação, segundo Eliane.


A secretária é mãe de Gabriel, de 9 anos. Para ela, há uma falsa ideia de inclusão hoje no Brasil, que, na prática, não se sustenta. “Infelizmente, ainda temos muito preconceito, apesar da Lei de Inclusão (número 13.146, de 2015, com abrangência nacional), que define os direitos de todas as pessoas com deficiência, como lazer, esporte, cultura e capacitação ao trabalho. Há muitas situações em que temos de chamar a atenção da sociedade para incluir nossos filhos”, diz Eliane. Ela cita o exemplo do ambiente escolar. As matrículas de crianças com Down são feitas porque a lei assegura. Entretanto, com algumas “ressalvas” por parte das escolas.


“As unidades de ensino aceitam as matrículas. Porém, deixam claro que não têm experiência com alunos como nossos filhos. É preciso ter um profissional capacitado, porque o que acaba acontecendo é a criança com Down ficar para escanteio, literalmente, enquanto as crianças típicas estão em aula”, conta a secretária.


Ainda segundo Eliane, a inclusão escolar necessita de muita evolução, com ações práticas de envolvimento — não só para crianças com Down, mas com relação a outras deficiências, como suprir a ausência de material em braile ou um tradutor em Libras.


Família
Em casa, o preconceito familiar tem diminuído, de acordo com a secretária. “Precisamos levar essa consciência. Agora, vemos mais essas pessoas na sociedade, nas novelas”, conta Eliane, referindo-se à recém-encerrada novela Um Lugar ao Sol, da TV Tribuna/Globo, na faixa das 21 horas. A atriz Samanta Quadrado viveu Mel, personagem que desejava morar sozinha e tinha apoio do pai, mas não da mãe. “Trata da negação da mãe da menina em rede nacional, e isso é muito legal porque traz essa consciência da aceitação familiar e da inclusão escolar”.


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