Câmara de Santos aprova mausoléu para vítimas dos ‘crimes de maio’

Projeto passou em segunda discussão, mas emenda tira efeito da proposta encaminhada ao prefeito

Por: Maurício Martins  -  26/05/21  -  17:37
    Câmara de Santos aprova mausoléu para vítimas dos ‘crimes de maio’
Câmara de Santos aprova mausoléu para vítimas dos ‘crimes de maio’   Foto: Divulgação

A Câmara de Santos aprovou nesta terça-feira (25), em segunda discussão, o Projeto de Lei 79/2020, do vereador Chico Nogueira (PT), para que a Prefeitura construa, em um dos cemitérios municipais da Cidade, um Mausoléu das Vítimas dos Crimes de Maio de 2006. Os restos mortais de todos os jovens assassinados naquele período seriam transferidos para o local.


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Na prática, porém, a proposta ficou sem efeito. Isso porque o texto original “determinava” a construção pela Administração Municipal. Mas o vereador Cacá Teixeira (PSDB) propôs uma emenda, que foi aprovada, mudando o termo para “autoriza” a Prefeitura a construir. Ou seja, mesmo que o projeto seja sancionado pelo prefeito Rogério Santos (PSDB), ele faz se quiser.


Na região, foram 74 mortes naquele período, 17 em Santos. As mães dos jovens mortos formaram um grupo que até hoje luta por justiça e denuncia o descaso do Estado com o extermínio praticado: o Mães de Maio.


"O projeto vem fazer com que esses crimes fiquem perdidos na memória, entendemos que o que ocorreu é a falência do Estado. Vários trabalhadores e servidores públicos foram assassinados. As Mães de Maio perderam seus filhos nessa guerra”, justificou Nogueira.


A vereadora Débora Camilo (PSOL) disse que a aprovação era importante para os defensores dos Direitos Humanos. “Para a preservação da nossa memória e luta contra a violência do Estado”.


Os três parlamentares policiais votaram contra a proposta: Adriano Piemonte (PSL), Sérgio Santana (PL) e Fábio Duarte (Pode). Duarte foi o mais crítico. “Na época houve negociação do (Geraldo) Alckmin (ex-governador) com os vagabundos. Uma vergonha. Quero mostrar minha indignação com essa Casa que passou esse mausoléu, essa porcaria. Pode tirar o nome da Polícia Militar daí, não significa nada para nós”.


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