Câmara de Santos aprova aumento, mas servidores exigem compromisso da Prefeitura em negociar perdas

Segundo os sindicatos dos funcionários municipais, o acumulado dos últimos dois anos sem aumento chega a 10%

Por: Régis Querino  -  16/03/22  -  06:40
Atualizado em 16/03/22 - 12:38
Projeto da Prefeitura de Santos pelo reajuste dos servidores foi aprovado, mas a categoria cobra perdas da inflação
Projeto da Prefeitura de Santos pelo reajuste dos servidores foi aprovado, mas a categoria cobra perdas da inflação   Foto: Divulgação/Prefeitura de Santos

Os vereadores aprovaram nesta terça-feira (15), por unanimidade, em segunda discussão, o Projeto de Lei Complementar 9, de 2022, que prevê o reajuste de 10,06% nos salários e benefícios de servidores ativos, aposentados e pensionistas da Prefeitura e da Câmara de Santos. O aumento será retroativo a fevereiro, data-base da categoria, e os funcionários municipais o receberão com o pagamento de março.


Clique, assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe centenas de benefícios!


Com parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), também foi aprovada a emenda apresentada pelos vereadores Chico Nogueira (PT), Débora Camilo (PSOL) e Telma de Souza (PT), para que as negociações entre a Prefeitura e os sindicatos prossigam até setembro, quando serão discutidas as perdas salariais acumuladas pela categoria desde 2020. Segundo os sindicatos dos Servidores Municipais (Sindserv) e dos Servidores Estatutários (Sindest), essa defasagem é de 10%.


“Para nós, os 10,06% são totalmente insuficientes. A gente entende que não foi um reajuste, foi um rebaixamento salarial de quase 10%, contando com a inflação desde março de 2019, já que nosso último reajuste foi em fevereiro daquele ano”, criticou a coordenadora-geral do Sindserv, Márcia Ester Caldas dos Santos.


Márcia disse que, apesar de a categoria deliberar que não aceitava a proposta da Prefeitura em assembleia, a Administração Municipal “mais uma vez decidiu como sempre faz, autoritariamente, mandando um projeto à Câmara”.


“Vamos continuar na luta, mobilizando a categoria. Não podemos deixar a categoria esquecer que existe um compromisso para que o Governo atenda a nossa reivindicação. Nossa pauta não é apenas de reajuste, são dez itens, como a extensão dos benefícios que os ativos recebem para os aposentados, e a questão da Capep”, cobrou a coordenadora.


O presidente do Sindest, Fábio Pimentel, também salientou que o maior triunfo dos servidores foi a continuidade das tratativas com a Prefeitura. “A grande vitória ficou por conta da emenda que garante a continuidade da negociação. Agora é continuar a mobilização e seguir em frente tentando ampliar o nosso índice de aumento.”


Em plenário

No plenário, a vereadora Telma de Souza classificou a aprovação da emenda como o “projeto mais importante para todo o ano, porque estamos falando de salário, perdas salariais, inflação e, principalmente, pelo respeito às categorias profissionais”.


Apesar de apoiar a emenda da oposição, o líder do Governo, Rui De Rosis (União Brasil) saiu em defesa do prefeito. “O índice (de reajuste) está longe do que qualquer trabalhador merece, mas volto à palavra responsabilidade, porque (o prefeito) Rogério Santos (PSDB) foi eleito para governar para todos. Esse é o índice possível e exequível, retroagindo a fevereiro de 2022.”


Logo A Tribuna