Café acompanha a cidade de Santos desde o século 19

Cidade já foi considerada maior praça no mundo, e muitos só o compravam caso fosse negociado e chancelado por aqui

Por: Redação  -  26/01/22  -  13:11
Um dos principais símbolos do auge do ciclo do café foi a construção da Bolsa Oficial do Café, inaugurada em 1929
Um dos principais símbolos do auge do ciclo do café foi a construção da Bolsa Oficial do Café, inaugurada em 1929   Foto: Matheus Tagé/AT

O consumo do café faz parte da rotina do brasileiro. Seja no calor ou no frio, muitas pessoas não abrem mão de saborear essa bebida. O cultivo desse grão teve um papel muito importante para o desenvolvimento econômico do País, de São Paulo e de Santos.


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Por ter condições climáticas favoráveis, as plantações desse tipo se espalharam por vários estados no século 19. Em 1830, o café já era o principal produto das exportações brasileiras.


Para escoar a produção, foram construídas novas ferrovias, como a São Paulo Railway, em 1867, com a finalidade de transportar de uma forma mais ágil a mercadoria para o Porto de Santos. A partir daí, o Município, que tinha 4 mil habitantes, passou a crescer e atrair mais pessoas para trabalhar. Em 1894, a Cidade já abrigava cerca de 13 mil moradores.


O incremento das atividades portuárias foi acompanhado da instalação de uma rede de serviços públicos e de investimentos nacionais e estrangeiros para custear as obras do setor e melhorias urbanas.


Auge do café
Um dos principais símbolos do auge do ciclo do café, que durou até 1929, foi a construção da Bolsa Oficial do Café, imóvel imponente, de estilo neoclássico, localizado na Rua XV de Novembro e inaugurado em 1922.


"O prédio foi erguido para fazer parte do calendário de atividades para comemorar os 100 anos da Independência do Brasil. Todos os elementos simbólicos do local foram pensados pela elite cafeeira paulista, que não se via representada na história nacional", diz o historiador do Museeu do Café, Bruno Bortoloto.


Naquela época, Santos era considerada a maior praça de café do mundo e muitos apenas decidiam comprar o produto caso fosse negociado e chancelado no local. Muitos trens vinham de São Paulo com os grandes comerciantes para participar dos pregões.


Em 1929, a quebra da Bolsa de Nova Iorque provocou uma crise mundial. Por esse motivo, milhares de sacas de café foram queimadas para reduzir a oferta e impedir a queda dos preços internacionais do produto com a intenção de equilibrar a economia brasileira e impedir a falência dos produtores.


Na década de 1930, a Bolsa do Café não tinha a mesma relevância que antes e gradualmente o interesse em se negociar no local foi diminuindo.


Segundo Bortoloto, o prédio, pertencente ao Governo do Estado, permaneceu fechado de 1976 a 1996. Em setembro de 2008, o espaço foi reinaugurado, após ter sido restaurado, e passou a abrigar o Museu do Café, que promove várias atrações artísticas e culturais ao longo do ano.


Cenário atual
Segundo dados de dezembro do ano passado do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o Porto de Santos se manteve como o principal exportador desse produto no ano passado, com o envio de 31,108 milhões de sacas. Esse número representa 77,1% do total.


Atualmente, o Brasil, que vem se destacando no agronegócio, é o maior produtor e exportador do mundo e ocupa o segundo posto como maior mercado consumidor da bebida, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.


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