Audiência debate situação de serviço que oferece cuidado médico para população em situação de rua
Discussão na Câmara apontou necessidade de melhorias no serviço prestado
![O túnel do VLT, no José Menino, é um dos locais onde as equipes atuam](http://atribuna.inf.br/storage/Cidades/Santos/img2263878610316.webp)
“No ano passado, fizemos 225 consultas médicas, 2.886 atendimentos ambulatoriais com as equipes de enfermagem e 81 grupos com a população em situação de rua. Neste ano, houve uma queda no atendimento, pois o veículo que utilizamos está quebrado”.
A presidente do Conselho Municipal de Políticas Públicas sobre Drogas (Comad), Laureci Dias, afirmou que a equipe de trabalho desse serviço na Cidade é “maravilhosa”, mas fez uma consideração sobre a situação relacionada à falta do carro.
“Não acho justo um serviço tão bonito e com profissionais tão dedicados estarem impedidos de trabalhar por causa de um veículo. É difícil acreditar que se leve quase um ano para arrumá-lo, enquanto várias obras estão sendo feitas na Cidade. É preciso ter um olhar especial para essa população”, desabafou.
“O Consultório de Rua foi fundamental para mim, no período em que ficava na Praça da (Nossa Senhora) Aparecida. A partir desse serviço, passei a ter um atendimento de saúde digno. Os trabalhadores nos tratam como ser humanos. Esse foi o primeiro passo para eu sair das ruas”, ressaltou ele, que hoje é estudante de Serviço Social na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
“Esse equipamento faz com que pessoas são desprezadas, desprezíveis e inúteis aos olhos da população passem a ser importantes, porque damos o acesso universal ao cidadão e fazemos com que eles sejam respeitados e tratados em sua integralidade”, frisou.
A professora do curso de Serviço Social da Unifesp, Silvia Tagé, explicou que a instituição está à disposição para seguir cooperando com a população em situação de rua por meio de projetos e ações.
“A demanda nos diz que ainda falta mais cuidado, recursos e ações solidárias que demonstrem respeito à dignidade dessas pessoas e, acima de tudo, respeito à vida”, justificou.
Um dos ajustes previstos é o horário de funcionamento desse serviço, que hoje é das 14 às 20 horas. “Como trabalhar nesse horário, se as policlínicas estão abertas até as 16 horas? As pessoas também ficam nas ruas durante o dia”, afirmou.
Mariana afirmou que trabalha para colocar uma segunda equipe do Consultório na Rua para atuar na Zona Noroeste e que há uma cobrança frequente ao setor de transporte para que o veículo próprio do serviço fique pronto para circular novamente.
No entanto, ela afirmou que outro automóvel é utilizado para não inviabilizar o serviço. “A burocracia que corre dentro de uma prefeitura para arrumar um carro é muito grande. Eu também gostaria que fosse mais fácil”.