Após queda de árvores, poda é criticada em Santos

Vendaval do último domingo (28) causou 196 ocorrências na Baixada Santista

Por: Da Redação  -  30/04/19  -  16:23
  Foto: Nirley Sena/AT

As nove cidades da Baixada Santista registraram pelo menos 196 ocorrências ligadas a árvores, no domingo. Santos foi a cidade que mais teve problemas: 77 foram ao chão, além da queda de galhos em outros cinco pontos. O problema pode estar ligado diretamente à manutenção.


De acordo com o paisagista Oswaldo Casasco parte das quedas está relacionada com a forma com que a Prefeitura realiza a poda. “A raiz precisa ter um raio de suporte para sustentar toda a árvore. No momento em que você elimina uma parte, seja por poda ou pela queda de um galho, o correspondente de raiz também morre, comprometendo a área basal da planta, proporcionalmente ao que foi podado”, explica.


Ele afirma, ainda, que as podas realizadas pela Prefeitura levam em conta a iluminação pública. Para liberar o refletor, que é alto, ou a fiação, a poda é realizada embaixo, fazendo com que a copa fique acima da lâmpada, estimulando ainda mais o crescimento.


Observação


Na manhã de segunda-feira (29), Casasco percorreu com a Reportagem alguns dos pontos com quedas de árvore para avaliar a ocorrência. Tanto nas ruas Guaiaó, na Aparecida, quanto Vahia de Abreu e na Avenida Siqueira Campos, no Boqueirão, ele verificou que as espécies não apresentavam sinais de pragas ou doenças.


Na Aparecida, um ingazeiro e um ipê tinham muitas raízes. “Mas com mais de 10 metros e no cimento é correr risco. Elas oferecem uma resistência enorme ao vento e acabam caindo. Não há nada que suporte”. A mesma situação aconteceu na Vahia de Abreu. Já no Canal 4, além de alta, o paisagista identificou a falta de terra na área plantada.


Para resolver a questão, além de rebaixar a iluminação das ruas, ele propõe que sejam instalados defletores ao redor das árvores. O equipamento de concreto, que consiste em quatro placas para cada árvore, instaladas em posição piramidal, na terra e em volta do exemplar, contém o crescimento lateral das raízes, direcionando-as para baixo. Além da profundidade, a base da planta também fica longe do concreto, o que evita que ela seja prejudicada pelo calor.


Sem olhar para a árvore


O secretário de Meio Ambiente de Santos, Marcos Libório, concorda com o paisagista. “Ele não está errado. Grandes copas com poucas raízes é uma combinação bastante complicada. (Ao longo do tempo) foram feitas sucessivas podas de maneira incorreta, de serviço, para liberar iluminação ou placas, e nunca como olhar para a árvore”.


Libório afirma que a Prefeitura pensa em mudanças. “Além de plantar espécies nativas, que são mais adequadas ao meio urbano, precisamos rever a legislação”.


Um grupo de técnicos das secretarias de Meio Ambiente e Serviços Públicos estão avaliando uma possível alteração na lei. Quanto aos defletores, ele afirma que testes já foram feitos na Cidade e que o equipamento pode ser adotado nos novos plantios.


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