Após intubação por covid, morador de Santos luta para recuperar movimentos: 'Voltar à vida normal'

Roberto Costa, de 36 anos, venceu a doença após 29 dias internado, sendo 16 intubado: 'Graça milagrosa na minha vida'

Por: Ágata Luz  -  23/06/21  -  09:51
Atualizado em 23/06/21 - 12:12
   À esquerda, Roberto se recuperava no quarto. À direita, momento da alta hospitalar.
À esquerda, Roberto se recuperava no quarto. À direita, momento da alta hospitalar.   Foto: Arquivo Pessoal

Abril, maio e junho. Durante parte desses meses, o santista Roberto Costa, de 36 anos, precisou lidar com a covid-19. Diagnosticado com a doença no fim de abril, o analista de importação foi internado no início de maio e teve alta apenas no começo de junho. Ele passou o aniversário de casamento no Hospital Ana Costa, onde ficou 16 dias intubado e, um dia antes de passar por traqueostomia, acordou. “Depois de tudo isso, eu dou glória a Deus por ter me restaurado e ter mostrado sua graça milagrosa na minha vida”, destaca. Porém, agora Roberto enfrenta a batalha pela recuperação.


Clique e Assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe acesso completo ao Portal e dezenas de descontos em lojas, restaurantes e serviços!


Com alta médica no dia 2 de junho, o analista precisa passar por avaliação de um pneumologista para liberação e início de fisioterapia, pois passou 29 dias internado e hoje possui dificuldades na movimentação. “Preciso recuperar melhor os movimentos, para andar, mexer os braços e fazer as coisas”, explica.


Por isso, Roberto irá passar por exames. “Mas não é uma sequela porque segundo os médicos, conforme eu fizer a fisioterapia, vou voltar a ter uma vida normal”, diz. Ainda segundo profissionais, o fato do homem ser uma pessoa saudável colabora para a recuperação: “Nenhum vício de cigarro e não bebo constantemente”.


Em conversa com ATribuna.com.br, o analista de importação afirma que quer servir de inspiração para que as pessoas tenham fé na recuperação: “Glorificar Deus pelo que Ele fez e incentivar muitas pessoas que estão sofrendo pelos seus entes queridos nos hospitais”. Para Roberto, os parentes e amigos da pessoa infectada são as pessoas que mais sofrem.


“Sempre digo que foram dias mais agonizantes para os amigos e familiares do que para mim”, relata. Isso porque, segundo o santista, a pessoa que está internada não sabe direito o que está acontecendo, principalmente em uma situação de intubação: “Quando acorda da sedação, não lembra nada, não sabe de nada”.


Histórico


Roberto testou positivo para a doença causada pelo coronavírus no dia 26 de abril. Porém, o santista não sentiu muitos sintomas: “Apenas dor de cabeça e garganta”. Na semana seguinte, ele teve muita febre e a saturação começou a baixar. Desta forma, o analista de importação foi ao hospital no dia 6 de maio, quando ouviu do médico que deveria ser internado.


“De repente comecei a ter uma piora”, relata. Segundo ele, a ansiedade de se ver naquela situação colaborou para problematizar a recuperação. O médico, então, optou pela intubação do paciente.


“Não lembro muito como foi, mas fiquei com muito medo e pedi a ele que falasse para minha esposa e minha filha que eu as amava”, relembra Roberto. Ele passou 16 dias intubado, mas se mexia muito durante a sedação e inclusive precisou ser amarrado na cama. O analista acordou um dia antes do médico realizar o procedimento de traqueostomia.


“Neste período recebemos muito carinho de familiares e amigos. Muitos irmãos em Cristo em oração e muita fé”, declara. Ele saiu da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), foi para o quarto normal e teve alta médica no dia 2 de junho.


O santista enfatiza que a equipe do hospital foi excepcional para a recuperação, pois todos eram muito empenhados em salvar vidas: “Desde a faxineira até a chefia geral. Eu creio que isso tudo é inspiração de Deus para essas pessoas. É algo muito especial nesse momento que o mundo está vivendo”.


Família


Roberto e a esposa Tatiane comemoraram três anos de casamento no dia 19 de maio, porém, o analista estava internado na data. Desta forma, os amigos do santista fizeram uma surpresa para consolar a esposa. “Ela estava muito triste e abalada com a situação. Então, eles mandaram um bolo para ela se animar e ter força”, destaca.


   Pais da pequena Maria Júlia, Roberto e Tatiane comemoraram aniversário de três anos de casamento separados por conta da internação
Pais da pequena Maria Júlia, Roberto e Tatiane comemoraram aniversário de três anos de casamento separados por conta da internação   Foto: Arquivo Pessoal

Segundo o analista, Tatiane tinha perdido uma prima por conta da covid-19 uma semana antes dele ser internado. O casal tem uma filha de dois anos e meio, a pequena Maria Júlia, de quem Tatiane precisou cuidar mesmo aflita: “Ela trabalha na área da saúde e sabe o quanto essa doença está acabando com pessoas e destruindo famílias”.


Desta forma, Roberto enfatiza a importância do apoio de amigos. “O mais importante nessa situação é ter pessoas ao redor que dê forças para os familiares”, relata.


De acordo com o santista, a esposa se apegou em Deus e orou bastante junto com amigos e outros familiares. “Eu creio que foi um milagre, tanto comigo quanto com tantas outras pessoas. O ideal a se fazer nesse momento é crer”, finaliza.


Logo A Tribuna