Abandonado, Outeiro de Santa Catarina deve estar renovado só em 2021
É um prazo otimista para restauro do local
Talvez em 2021. Essa é a expectativa para que se mude o cenário de pichações, infiltrações, rachaduras com mais de dois metros, vegetação saindo do reboco quebrado, azulejos tomados por limo e portões de ferro corroídos no marco inicial da história de Santos: o Outeiro de Santa Catarina, no Centro.
Abandonado, o espaço aguarda projeto da prefeitura para restauro. A obra não começará antes porque o dinheiro virá – se houver aprovação – do Departamento de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios Turísticos (Dadetur) em 2020. Depois, segundo o diretor presidente da Fundação Arquivo e Memória de Santos (Fams), Luiz Dias Guimarães, a obra levaria cerca de um ano.
Então, a instituição, que em 2015 já tinha apenas uma sala aberta, poderia voltar a ter o espaço como sede e promover visitas.
A ideia é que, de segunda a sexta-feira, a história local seja encenada a crianças das escolas municipais e, aos fins de semana, a turistas. Por enquanto, o local continua interditado.
Medidas emergenciais
Neste ano, o projeto não foi contemplado pelo Dadetur. Por isso, Guimarães cita que restam ações emergenciais de preservação.
A cada 15 dias, equipes aparam grama e podam a vegetação. Nesta quinta-feira (15), se abriu procedimento para reinstalar o alarme: o antigo estava desativado devido ao furto do relógio de energia elétrica – o mesmo ocorreu com o marcador de água.
“Fazemos o que dá para fazer. Fiz um orçamento para saber quanto custaria vigilância noturna, e ficaria em torno de R$ 8 mil ao mês. A Fams não tem orçamento para isso”, conta.
Trabalhadores de prédios vizinhos disseram à Reportagem que o espaço é alvo de usuários de drogas à noite – o que explica janelas abertas.
De volta
Com o Outeiro restaurado, a prefeitura deve recolocar a sede da Fams lá. Hoje, fica na Rua Amador Bueno, 22, no Centro.
A ideia, conforme Guimarães, é pôr à disposição 300 mil imagens, mapas e memória oral em projeções aos visitantes.
O Outeiro é considerado o marco inicial da povoação santista. Ali ficavam duas capelas consagradas à Santa Catarina de Alexandria, núcleo inicial da Vila de Santos.