Sarna humana atinge famílias em comunidade de Praia Grande: 'não sei o que fazer'

Casos são predominantes em crianças, mas adultos também têm apresentado as feridas

Por: Daniel Gois  -  25/05/21  -  17:04
     Imagens e vídeos de crianças que contraíram a escabiose em Praia Grande foram divulgadas nas redes sociais
Imagens e vídeos de crianças que contraíram a escabiose em Praia Grande foram divulgadas nas redes sociais   Foto: Reprodução/Instagram

Famílias que moram na comunidade Nova Mirim, em Praia Grande, têm enfrentado um surto de casos de escabiose, considerada sarna humana. Os problemas mais graves têm aparecido em crianças, mas a doença também atinge jovens e adultos.


Clique e Assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe acesso completo ao Portal e dezenas de descontos em lojas, restaurantes e serviços!


Patrícia Ogna Pratali, de 49 anos, começou a notar casos de escabiose na comunidade em outubro de 2020. Ela decidiu compartilhar, nas redes sociais, imagens e vídeos de pessoas que foram infectadas, com o intuito de pedir ajudar para a situação.


"Aparecia muitas feridas nos rostos das crianças. Com o passar do tempo, se espalhou para adultos, idosos e toda a comunidade. Até nos bairros considerados nobres já têm casos de escabiose", afirma a moradora.


O pequeno Breno, de 4 anos, começou a apresentar as feridas em abril. A mãe, Tainá de Lima Safa, de 26, afirma que o filho passou por tratamento com antibióticos e pomadas, que não foi suficiente para resolver o problema.


"Já é a quinta vez que volta isso no corpo dele. Vai e volta. Eu não sei mais o que fazer. A mão dele está cheia de bolhas. O pé dele está com uma bolha enorme, que ele não consegue nem colocar o pé no chão. Na orelha e na sobrancelha também tem. Estou tentando fazer o tratamento, mas está difícil. É difícil ver meu filho nessa situação", desabafa a mãe.


    Breno, de 4 anos, teve feridas em diversas partes do corpo
Breno, de 4 anos, teve feridas em diversas partes do corpo   Foto: Reprodução/Instagram

Ainda segundo Patrícia, em outro caso na comunidade, uma bebê de seis meses contraiu a escabiose e precisou ser internada. Em seguida, os pais e outros dois irmãos também apresentaram a doença. Ela afirma que também detectou casos nos bairros Canto do Forte, Ribeirópolis, Vila Sônia e Tude Bastos.


Resposta


A Secretaria de Saúde Pública (Sesap) de Praia Grande disse que realizou, nesta terça (25), uma ação em uma comunidade no Bairro Mirim II para atender e orientar a populaçãosobre problemas como escabiose e pediculose. A pasta esclarece que a notificação da doença não é compulsória, e por isso não há dados sobre o número de casos


Ainda segundo a prefeitura, na ação desta terça (25), foram atendidas 38 famílias que vivem no local e realizados 17 atendimentos médicos. Seis casos de escabiose e dois casos de pediculose foram diagnosticados.


A administração reforça que a escabiose ocorre principalmente em comunidades fechadas e grupos familiares. "A transmissão é por contato e é limitada pelo número de pessoas em convivência comum. O tratamento é simples e depende em especial de higienização de roupas comuns e ambiente. Havendo animais é importante verificar se estão contaminados e efetuar tratamento adequado", diz a nota.


Logo A Tribuna