Críticas, elogios e ruas praticamente vazias pautam 1° dia de ‘lockdown’ em Praia Grande

Equipe de ATribuna.com.br captou imagens em diferentes horas desta terça-feira (23), que marcou o primeiro dia da nova fase

Por: Thiago D'Almeida  -  23/03/21  -  23:30
Atualizado em 23/03/21 - 23:52

A cidade de Praia Grande, assim como as demais da Baixada Santista, amanheceu praticamente vazia e sob o decreto de ‘lockdown’. Esta terça-feira (23) marca o primeiro dia do município sob as novas regras, que foram instauradas na tentativa de conter o elevado número de casos de coronavírus na região. A equipe de ATribuna.com.br captou imagens de diferentes locais e em horários distintos do dia de ‘inauguração’ da nova fase, assim como entrevistou moradores para saber o que pensam sobre o período. Confira a videorreportagem acima.


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Locais antes movimentados, como as avenidas Costa e Silva e Marechal Mallet, ambas conhecidas por grande circulação de pessoas pelo comércio e restaurantes, respectivamente, amanheceram com um ‘tom’ diferente dos demais dias. A reportagem captou ruas que apresentavam mais carros do que pessoas em circulação. Até o meio do dia, o movimento, definitivamente, foi considerado ‘pouco’ se comparado aos tempos antes do ‘lockdown’.


A ‘repositora’ de um mercado localizado na própria Avenida Marechal Mallet, Lorrany Ramos Martins, revelou à reportagem que mora no bairro Solemar, com distância de aproximadamente 17 quilômetros do trabalho, e explicou que não viu aglomerações no transporte público e no caminho até o seu ‘serviço’.


“O ônibus e o trajeto estavam bem tranquilos hoje, todos respeitando”, diz Lorrany. “[No mercado], todos com máscara e álcool em gel. Na Mallet, está bem tranquilo também. O povo está vindo só pelo básico mesmo”.


Lorrany não viu aglomerações no transporte público e no caminho até o trabalho
Lorrany não viu aglomerações no transporte público e no caminho até o trabalho   Foto: Thiago D'Almeida/AT

Por sua vez, o pedreiro Maurício do Amaral criticou o ‘lockdown’. “Discordo. Quando você não pode sair para trabalhar, não consegue ganhar o seu sustento e comer”, afirma. “Prejudicou demais, 100%, tanto que estou aqui, parado! Eu ando sujo [por conta da profissão], olha como estou… Para você chegar na casa de alguém para fazer uma determinada obra, a pessoa tem medo de você estar infectado e passar o vírus para ela”.


O advogado Àlvaro Duarte de Jesus disse que saiu de casa na tarde desta terça apenas para fazer compras em um mercado e que passou próximo ao calçadão para averiguar o movimento. “Concordo [com o lockdown], aliás, saí pois fui me ‘abastecer' no supermercado e dei uma olhadinha. Está bem fraco [o movimento], as pessoas estão colaborando e sou a favor. É uma medida certa, porém, atrasada”.


Com a intensificação gradativa do movimento, foi possível captar imagens de pessoas nas ruas sem o uso das máscaras de proteção contra a Covid-19, recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Governo local.


Perguntado sobre este tema, o cabeleireiro Roque do Carmo Araújo criticou a postura de governantes e também de quem desobedece as regras no dia a dia. “Por que não fecharam o pedágio antes de acontecer tudo isso? Todo final de semana tinha a praia lotada aqui. Agora, se você observar, verá pessoas sem máscaras. Infelizmente, é isso que acontece. A maioria das pessoas que a gente vê, estão sem”, afirma. O cabeleireiro, que tem seu comércio no bairro Boqueirão, também opinou sobre o fechamento total dos serviços considerados ‘não essenciais’. “A gente sabe que essa é uma doença muito séria, mas imagine: se as pessoas não morrerem de coronavírus, podem morrer de fome”, diz.


Cabeleleiro disse que as pessoas vão morrer pelo vírus ou de fome
Cabeleleiro disse que as pessoas vão morrer pelo vírus ou de fome   Foto: Thiago D'Almeida/AT

Abaixo, confira, na íntegra, o posicionamento da prefeitura sobre o período de lockdown enviado à imprensa junto com o decreto citado na reportagem:


“A Prefeitura dePraiaGrande segue adotando medidas para combater a pandemia da covid-19. A Cidade publicou decreto municipal número 7206 com as medidas emergenciais de lockdown no Município. As diretrizes são de caráter temporário e excepcional, com prazo inicial até o dia 4 de abril.


Odecretocompleto está publicado e pode ser acessado gratuitamente no da site de PraiaGrande. Também serão efetuadas publicações nas redes sociais da Prefeitura sobre o tema com o objetivo de melhor informar a população.


As medidas mais restritivas implantadas na Cidade têm como objetivo reduzir a circulação de pessoas nas ruas, conter a disseminação do novo coronavírus e, consequentemente, frear o aumento de casos e internações relacionadas a doença.


PraiaGrande se juntou as outras oito cidades que integram a Região Metropolitana da Baixada Santista ao adotar este pacote de ações. "As medidas são duras e bem restritivas, mas necessárias neste momento em que os casos e internações relacionadas a covid-19 estão com grande aumento. Estamos fechando a maioria das atividades por pura necessidade, inclusive, já iniciamos a fiscalização na entrada da Cidade a fim de orientar motoristas. Não foi fácil tomar esta decisão, mas precisamos nos unir como região metropolitana para superar esta fase’, afirmou a prefeita dePraiaGrande, Raquel Chini.”


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