Autônomo de Praia Grande fala sobre seus 20 anos de ações sociais para moradores em situação de rua

Robert Alves faz projetos para tentar humanizar pessoas que vivem nas ruas de Praia Grande, São Vicente e Santos

Por: Carlos da Hora  -  08/07/21  -  09:55
   Robert e Adriana realizam diversas ações sociais
Robert e Adriana realizam diversas ações sociais   Foto: Arquivo Pessoal

O autônomo Robert Alves dedica quase metade da sua vida para realizar trabalhos sociais, em grande parte com moradores em situação de rua da Baixada Santista. O morador de Praia Grande tem 42 anos e idealiza projetos há cerca de duas décadas.


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Em contato com A Tribuna, Alves conta que iniciou suas ações sociais em Brasília (DF), onde nasceu. "Lá temos uma ação chamada 'Natal da Rodoviária', que acontece todo ano e como não achei ninguém para coordenar, eu mesmo acabei ficando responsável por ela até hoje".


Robert se casou com Adriana, que é defensora de animais de rua. O autônomo e a esposa realizam um trabalho diferente com moradores carentes do litoral de São Paulo.


"Trabalhamos com a perspectiva de ressocialização. Levamos nossas marmitas e mais uma [de doação], montamos uma mesa e conversamos com a pessoa durante a refeição. No desenrolar do bate papo também cortamos o cabelo da pessoa e acabamos conhecendo a história dela", conta. Segundo Robert, este tratamento faz a pessoa que é mais vulnerável se sentir humana novamente.


   Com a chegada do frio, autônomo também começa a doar alimentos em maior escala
Com a chegada do frio, autônomo também começa a doar alimentos em maior escala   Foto: Arquivo Pessoal

Agora, que o inverno se intensificou na região, o autônomo começou a fazer mais doações de cobertores e roupas. "Ai a gente já faz coisas voltadas a mais pessoas. O frio por aqui é intenso, e alguns moradores de rua acabam até falecendo com a situação".


Sentimento


Para Robert, a sensação de ajudar o próximo é única. "Independentemente da pessoa querer sair da rua ou não, vamos na intenção de fazer um amigo, de trazer uma perspectiva de humanização. Eles se sentem humanos, quando tomam banho e cortam o cabelo, nosso projeto visa trazer a dignidade também. A gratificação maior é quando conseguimos ressocializar um deles", afirma.


Contudo, o homem ressalta que ele não tem um número muito expressivo de pessoas que conseguiu colocar de volta para o cotidiano da sociedade, por conta da dificuldade. "É um trabalho de formiguinha. Muitos são viciados e acabam tendo recaídas".


Locais


Atualmente, Robert e Adriana fazem ações em Santos, São Vicente e Praia Grande.


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