Artista de Praia Grande transforma madeira abandonada em obra de arte e encanta a cidade
Roberval Timóteo da Silva concilia ‘vida dupla’ como artista plástico e encarregado de produção na empresa da família
O artista plástico Roberval Timóteo da Silva, de 49 anos, faz sucesso na cidade de Praia Grande com esculturas abstratas que, muitas vezes, são produzidas a partir de materiais abandonados. A equipe de A Tribuna foi até o bairro do Boqueirão e conversou com Silva, que produz suas obras de arte em uma oficina localizada em cima de uma papelaria onde ele também trabalha regularmente no negócio da família, mas com o sonho de um dia se firmar ‘apenas’ no campo das artes. Acompanhe a videorreportagem acima.
Silva conta que gosta de observar artes “diferentes” e que “saem do cotidiano” desde criança, mas descobriu seu talento “por acaso”, em 2017. “Sempre gostei de mexer com madeira. Comecei a fazer algumas pequenas peças, coisas bem simples, como pratos, entre outros utensílios”, diz. “Até que chegou o dia que decidi transformar pedaços de madeira em obras de arte”.
Ele explicou que muitas das suas obras são feitas a partir de restos de madeira abandonados na rua. “Tudo vira arte. Se você pensar bem, tiver o conhecimento e a inspiração da arte, consegue transformar tudo”, afirma. “Costumo dizer que transformo ‘do lixo ao luxo’. Muitas vezes, passo por algum lugar e vejo galhos cortados que poucas pessoas dão valor, pois não têm o conhecimento. Já enxergo alguma forma de transformar aquilo em arte. Coloco em cima da bancada e fico ‘namorando’ [os pedaços de maneira] por vários dias. Olho para ela e digo: ‘Você vai se transformar em arte algum dia’”.
De fato, Silva consegue transformar “do lixo ao luxo”. A equipe foi até um prédio luxuoso na cidade que sequer foi inaugurado oficialmente, mas já conta com uma grande escultura em sua entrada.
“Esta peça foi criada para harmonizar o espaço e a passagem de moradores”, descreve. A obra em questão conta com iluminação na parte de trás e fica em exposição no salão.
As formas abstratas das esculturas também se misturam com parte da vida dele. “Esses desenhos e esses traços eu fazia desde a época de escola”, relembra. “Tudo começou como um hobbie, mas, hoje, se tornou um negócio para mim. Ainda preciso dividir [o trabalho fixo e a carreira ‘paralela’], mas o meu sonho é me dedicar 100% e ser reconhecido pelo meu trabalho [como artista]”.
Sua oficina fica na parte de cima da papelaria “Abracadabra”, que é o negócio da família. A cunhada de Roberval e proprietária do estabelecimento, Maria de Lourdes, falou sobre a dedicação dele nas duas frentes. “O ‘Val’ é um grande inovador. Um empresário dedicado e que vai ter muito sucesso”, diz. “Ele tem um espaço aqui e está começando a desenvolver alguns trabalhos para os construtores da região”.