Abalada, paciente agredida por GCM de Praia Grande detalha terror: 'Disse que ia matar todo mundo'

Liberdade do agente revolta a vítima, que confidenciou para ATribuna.com.br que tem medo de sair de casa: 'Apavorada'. Tumulto na UPA do Quietude ocorreu na noite do último sábado (13)

Por: Carlos da Hora  -  15/03/21  -  09:40
Após ofender a paciente, GCM fez com que diversas pessoas fugissem da unidade
Após ofender a paciente, GCM fez com que diversas pessoas fugissem da unidade   Foto: Reprodução

Um guarda civil em surto emocional gerou pânico e medo em profissionais e pacientes na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Quietude na noite do último sábado (13), em Praia Grande. Armado, o homem ameaçou diversas pessoas e chegou a agredir uma mulher que esperava para ser atendida.


Após a ocorrência, o oficial foi detido e encaminhado ao Hospital Irmã Dulce, onde foi medicado e posteriormente liberado.


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Em conversa com ATribuna.com.br, a paciente agredida - que preferiu não ter sua identidade revelada - contou como a confusão começou. "Estávamos no corredor e pedi para o guarda colocar a máscara, na hora ele começou a falar diversos palavrões pra mim. Não satisfeito ele se aproximou e levantou a mão para me agredir, eu coloquei o braço na frente e meu celular acabou caindo".


Após o bate boca, a jovem entrou em um dos consultórios onde foi atendida por uma médica. Não demorou muito para o pânico no local se instaurar. "Estávamos lá quando vi a doutora pedindo para trancar a porta. Ela viu que ele já estava com a arma em punho falando que ia matar todo mundo que estava na frente dele".



Após equipes da Polícia Militar e da própria GCM conseguirem deter o agente que estava em surto, a mulher foi encaminhada para emergência, onde foi atendida e depois conduzida à Delegacia da Mulher (DDM) de Praia Grande. No local, ainda traumatizada com os acontecimentos da noite, a jovem encontrou o guarda cívil mais uma vez.


"Estava na delegacia muito nervosa quando um dos policiais que me atendeu disse para eu me acalmar, que o homem já estava no Irmã Dulce sendo medicado e logo depois seria detido". Contudo, após alguns minutos, o agente foi até a delegacia pedindo para que lhe devolvessem suas armas, apreendidas na UPA. Segundo a vítima das ofensas, ele ainda estava muito alterado.


Segundo ela, o fato ocorrido na noite da última sexta ainda machuca ao ser lembrado. "Estou com medo, como vou sair de casa com um cara desse solto? Estou apavorada. Mesmo ele não atirando em ninguém, ele fez diversas vítimas, todo mundo que estava na UPA realmente achou que ia acontecer uma tragédia", revela.


O que dizem as autoridades?


Em nota, a administração municipal informou que a Guarda Civil Municipal está acompanhando o caso e prestando todo acolhimento e atendimento necessário ao GCM. A prefeitura destaca que um processo administrativo será instaurado para analisar de forma oficial o ocorrido.


Já o comunicado da Associação dos GCM's da Baixada Santista (AGCM), diz que o guarda estava atuando no momento do ocorrido, quando não se sentiu bem e acabou tendo um surto emocional, devido ao estresse do trabalho e problemas familiares.


Não houve nenhum ferido durante a ocorrência e após o Guarda Civil se acalmar, foi transferido por uma viatura da GCM até o Hospital Irmã Dulce, onde passou pelo médico, recebeu as medicações necessárias e foi liberado.


Foi informado também que o guarda tem mais de 50 anos e sempre foi exemplo de disciplina e conduta dentro da corporação. O comando da GCM está acompanhando de perto o caso e desde o início está dando todo o apoio necessário ao guarda.


A nota ainda ressalta que a GCM de Praia Grande é referência e que os agentes possuem treinamento constante e passam por psicológicos credenciados pela Polícia Federal para terem direito ao porte de armas.


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