Ovos de tartaruga-gigante achados em Itanhaém são removidos apodrecidos
Instituto Biopesca recolheu todos os 103 ovos do primeiro ninho; Há mais dois locais de desova na cidade
Após 79 dias desde a primeira desova da tartaruga-de-couro, também conhecida como tartaruga-gigante, em Itanhaém, profissionais do Instituto Biopesca recolheram os ovos do primeiro ninho do animal na Praia de Suarão neste sábado (8). Porém, todos estavam gorados e a maioria em decomposição.
Segundo o Instituto Biopesca, existiam 103 ovos no primeiro ninho e fato de todos estarem gorados significa que não foram fecundados, ou seja, não houve o desenvolvimento dos embriões. Além disso, eles foram recolhidos porque a maré muito alta – ocasionada por uma ressaca - removeu a areia e deslocou os ovos.
Para evitar o risco de que fossem levados pela água, a equipe do Instituto Biopesca realizou a retirada. Eles foram levados para análise em um laboratório localizado na sede do Instituto, em Praia Grande.
Agora, os profissionais aguardam melhores chances de nascimento nos ninhos localizados em outras duas praias em Itanhaém: no Satélite e no Centro. Vale destacar que a desova da espécie na região é extremamente atípica, já que o único lugar comum do depósito dos ovos deste animal no Brasil é no litoral norte do Espírito Santo.
Histórico
Em episódio inédito na região, uma tartaruga-de-couro de mais de 300kg e 1,77 de comprimento fez um ninho na Praia do Suarão no dia 19 de fevereiro. Em seguida, ela retornou para a cidade da Baixada Santista nas praias do Satélite e do Centro e desovou respectivamente nos dias 5 e 17 março. O período de eclosão dos ovos deve ocorrer entre 60 e 90 dias.
Com objetivo de proteger os ninhos, o Instituto Biopesca instalou uma câmera de monitoramento em dois locais de desova do animal: um na praia do Suarão e outro no Satélite. Como os ovos foram retirados do Suarão, é possível observar apenas o ninho do Satélite neste link.
